Espetáculo “Ricardo III – Um Homem do Seu Tempo” percorre três cidades da Baixada Fluminense

Em uma visão periférica da obra de Shakespeare, o solo narrativo trás a tona a disposição humana de fazer qualquer coisa pelo poder

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Uma bola de futebol, uma espada, a camisa de um time, três esqueletos e Shakespeare. O que tudo isso tem em comum? Todos compõem a estrutura narrativa de “Ricardo III – Um Homem do Seu Tempo”, que com uma visão periférica explora a obra de Shakespeare, se apropriando de uma linguagem bastante popular. E não estamos aqui falando da obra imortalizada pelo poeta e dramaturgo inglês, mas sim, da releitura dramaturgica, encenada por Alexandre Gomes e dirigida por Wellington Fagner que percorrerá diversos palcos da Baixada Fluminense no mês de março.

As apresentações acontecem sempre de quinta a sábado às 19h e domingos às 18h nas quatro semanas de março em diferentes locais. De dia (4) a (7), na Sala de Espetáculos Amir Haddad em Nova Iguaçu. Na terceira semana as apresentações serão de 18 a 21, no Espaço Grupo Código em Japeri e a última semana de exibição acontece em Queimados, de 25 a domingo 28, no Cine Teatro Delcy de Souza. A temporada ainda contará com oito apresentações online às terças e quartas (23), (24), (30) e (31), sendo duas por dia, uma às 19h e outra às 21h, via plataforma Zoom os ingressos serão gratuitos e podem ser adquiridos pelo Sympla .Já os ingressos das apresentações presenciais podem ser retirados com duas horas de antecedência na bilheteria de cada local.

Através dos aspectos de um homem histórico e de um homem-personagem, o espetáculo que é de realização da Cia Atores da Fábrica, reúne premiações na categoria Inovação pela rede Baixada em Cima, no Prêmio Shell (2017) e Melhor Espetáculo na 2ª edição do FESTFLUM (2016), sugere que o espírito do rei deformado – devido a uma escoliose, acentuada por Shakespeare para representar a sua imensa falta de caráter – e sanguinário, que governou a Inglaterra entre 1483 e 1485, ainda vive entre nós.

Por meio da abordagem popular a montagem ratifica o quanto Shakespeare é acessível a todas as pessoas.“Shakespeare sempre foi popular. Com o tempo se criou a lenda que essa escrita só servia para a elite, como se os textos fossem incompreensíveis, mas o famoso pentâmetro iâmbico shakespeariano da época se compara ao cordel ou ao rap de hoje, ou seja, tudo o que Shakespeare escreveu se encaixa a todos”, destaca Alexandre.

O monólogo traz a sede pelo poder e a corrupção humana – temas acentuados nos dias atuais -, como as tensões centrais da narrativa, tendo o ponto de partida culminando na descoberta da ossada do monarca caçula, rejeitado pela mãe, Ricardo III.

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