Festival Caleidoscópio realiza edição online de 17/abril até 05/jun

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O Festival Caleidoscópio, um dos maiores eventos da Cultura Hip Hop Carioca, realizado na Baixada Fluminense há sete edições, será online novamente, e maior do que nunca: A programação que começará neste sábado, dia 17 de abril, irá até 05 de junho (Dia do Meio Ambiente), trazendo Representatividade como tema. Abrindo a programação, Na noite de sábado, dia 17 de abril, o rapper Dudu de Morro Agudo, DMA, dará as boas vindas a todos os participantes da 8º edição do evento.

O festival é diverso na frente e por trás das câmeras também, contando com cerca de 60% de mulheres como convidadas e membros da equipe, 81% de negros, e 26% de LGBTI+. O Caleidoscópio contará com Master Classes, que começam na próxima segunda-feira, 19. Ainda estão previstos pockets shows; exposição de artes; feira criativa; painel de graffiti; apresentações de DJs; batalhas de MCs; e plantio de espécies nativas da Mata Atlântica na Serra do Vulcão, em Nova Iguaçu.

“Analisamos a quantidade de mulheres, negros e LGBT na sociedade e trouxemos para dentro do festival. É um espaço importante que a gente não vê nos espaços de poder brasileiros. A gente vai para uma universidade pública e dependendo do curso, você nem vê pessoas negras. Você olha para o Senado e não vê, olha para o judiciário e não. Só nos vemos em trabalhos braçais, presídios e escolas de periferias. Queremos criar uma resistência”, aponta DMA, que além de rapper, é fundador do Instituto Enraizados, escritor, graduado em Sistema de Informação, mestre e doutorando em Educação pela Universidade Federal Fluminense.

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A programação inteira está bem diversa, começando pelas Master Classes: Na segunda-feira, a MC/rapper Lisa Castro recebe Yvie (produtora executiva, artística e mãe) e Naitha (produtora cultural, empreendedora, artista e mãe), para um bate-papo sobre Maternidade e Arte Independente.

Na terça, 20, o tema será Racismo e Internet, debatendo sobre as diversas facetas de como o crime de racismo migra do presencial para o mundo virtual. A mesa contará com as presenças de Sil Bahia (co-diretora executiva do Olabi e coordenadora da PretaLab); Duda Vieira (gerente do Nós, hub focado em diversidade, do estúdio de criação Play9). O encontro será mediado por DMA.

No dia 21, quarta, a mesa será composta por Thiago Peniche (homem trans, criador de conteúdo sobre transgeneridade e bissexualidade. Ele é professor de Inglês e jornalista e fundador do projeto social Curso Es(trans)geiros); Quitta Pinheiro (produtora e fundadora da Baphos Periféricos); e contará com a mediação de Valentine (mulher trans, escritora, poeta, cantora, atriz, e slammer), o trio discutirá Pluralidades de Vivências Trans.

Finalizando a série de Master Classes, no dia 22, o tema será O Rap de Ontem, de Hoje e de Amanhã, e contará com as contribuições de Léo da XIII (rapper e produtor musical desde 2003, ex-campeão mundial de Hip Hop em Miami, nos Estados Unidos, e que hoje se destaca nos vagões dos transportes públicos, levando alegria e energia positiva para o público); Edd Wheeler (integrante do primeiro grupo de rap feminino no RJ a ter um trabalho fonográfico, o “Damas do Rap”, que surgiu nos anos 1990 nos bailes charmes do subúrbio do Rio). O encontro será mediado por Kall FBX (Fundador do Fator Baixada, grupo de rap que fundou quando ainda era um adolescente, no fim do ano de 1995, um dos primeiros grupos de rap da Baixada Fluminense).

Esta edição do Festival Caleidoscópio conta com patrocínio da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro, com recursos da Lei Aldir Blanc.

SOBRE O FESTIVAL CALEIDOSCÓPIO

É um festival colaborativo e multicultural que mescla arte e ativismo, cujo objetivo é gerar uma reflexão na sociedade sobre as desigualdades sociais que assolam o país, promovendo espaços para encontros e expressões de jovens artistas negros de regiões tidas como marginalizadas. O festival sempre aconteceu em bairros periféricos da Baixada Fluminense, tendo como seu principal palco a Praça Armando Pires, em Morro Agudo, Nova Iguaçu, com o intuito de questionar o estigma violento do local, reverenciando a arte.

Em suas edições anteriores, o festival levantou bandeiras importantes, lutando contra o “Extermínio da juventude negra; o mosquito Aedes aegypti; fez campanha pedindo PAZ na Baixada Fluminense; e chamou a sociedade para refletir sobre a importância da Qualidade de Vida na região, convidando jovens para aderirem a práticas esportivas”.

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