Espetáculo “Coruja, Borboleta, Búfalo, Serpente ou depende” estreia no YouTube do Sesc RJ

A edição 2021 da Mostra Regional de Artes Cênicas do Sesc RJ será on-line, com início nesta terça-feira (22/6) e se estendendo até julho. Por meio do projeto, diretores, dramaturgos e coreógrafos de destaque do cenário nacional atuaram em processos de colaboração artística em peças de companhias locais.

Em seu modelo tradicional, a Mostra conta com circuitos em que as companhias apresentam as peças em diferentes cidades de suas regiões, mas, por conta da pandemia, o projeto teve de adaptado: todos os espetáculos serão transmitidos pela internet, no canal do Sesc RJ no YouTube (/portalsescrio). Os vídeos são liberados sempre às 19h, ficando depois disponíveis na plataforma.

Participaram desta edição 13 companhias, sendo três da Baixada Fluminense: KarmaCírculus Teatro, de São João de Meriti, com “Coruja, borboleta, búfalo, serpente ou depende”; Companhia Multiatores Incena, de Duque de Caxias, com “Um conto mais que arretado”; e Trupe Investigativa Arroto Cênico, de Nova Iguaçu, com “Panóptico Teatro”. Os grupos estiveram em intercâmbios virtuais e trabalharam conjuntamente em seus espetáculos com a consultoria, respectivamente, de Hilton Cobra (BA), Ribamar Ribeiro (RJ) e Pedro Kosovski (RJ).

Coruja, Borboleta, Búfalo, Serpente ou depende

Poema cênico inspirado na história mitológica da primeira mulher do universo – Lilith, que teria sido criada da terra junto com Adão. Por tentar impor seu pensamento e querer igualar-se ao homem, foi expulsa do Paraíso por Deus e acabou encontrando abrigo junto aos demônios no mundo inferior. A KarmaCírculus Teatro, através do texto de Camila Diehl, posiciona a figura de Lilith dentro da arte afro-brasileira, conectando o mito a arquétipos como a figura de Iansã, através da interpretação da atriz negra e poeta slammer do grupo Slam das Minas do Rio de Janeiro – Gênesis. O espetáculo ainda tem no elenco, a participação especial de Suellen Blue. Lilith traz à cena a assustadora inocência de seus instintos. Fúria, revolta, medos e desejos. É o grito da mulher preta. O grito de quem sempre precisou falar, mas sempre foi impedida. Envolta por aromas afrodisíacos e pela neblina, a personagem seduz o espectador, convidando-o a mergulhar na sua essência, de belezas e ruínas.

A KarmaCírculus Teatro estreou em 30 de agosto de 2014 com o espetáculo Lilith, um poema cênico de Camila Diehl, inspirado na história mitológica da primeira mulher do universo. Após duas temporadas em cartaz, transformou o espetáculo em performance, possibilitando a circulação por saraus e praças públicas do Rio de Janeiro. Em 2017, é feito o caminho inverso: cria-se a performance Joãozinho da Goméia, em homenagem à história do maior Babalorixá do país, e a companhia segue por diferentes espaços, experimentando linguagens como a dança dos orixás. O espetáculo Joãozinho da Goméia – De filho do tempo a Rei do Candomblé nasce dessa performance e faz pré-estreia em setembro de 2018, chegando a 4 temporadas em 2020, além de participações em festivais, mostras e indicação ao prêmio de melhor espetáculo pelo site jornalístico “Rio Gay Life”. A Cia. fez a pré-estreia de seu novo espetáculo Coruja, Borboleta, Búfalo, Serpente ou depende… no formato on-line, em outubro de 2020, com patrocínio do #editalculturapresentenasredes e aguarda o momento de retornar aos palcos.