Cacau Fernandes encara os desafios da carreira musical inspirada na cantora Iza

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Cria de Belford Roxo, a jovem Cacau Fernandes trilha o caminho para brilhar inspirada na cantora carioca Iza. Com o clipe recém-lançado da música “Vida que segue”, Cacau dá o primeiro grande passo da carreira enfrentando os desafios de ser mulher negra e periférica.

Cacau é pseudônimo de Carla Fernandes. Nascida em Marechal Hermes, bairro do Rio de Janeiro, e com parte da criação dividida entre Jacarepaguá e Belford Roxo, Cacau conta a paixão pela música começou por volta dos 4 anos. As canções, segundo Fernandes, eram mais antigas e inspiradas pelo gosto musical do pai, Carlos Henrique, que é cantor e compositor. Além da cantora Iza, natural de Olaria e com popularidade alcançada com a canção “Dona de Mim”, em 2018, as inspirações de Cacau são Djavan, Emilio Santiago, Rihanna, Alcione e Beyonce.

“Me lembro que meus pais me levaram muito para karaokê desde pequena desde lá já sabia que cantar era o que eu queria fazer”.

A arte de cantar em máquinas que oferecem as letras para acompanhamento e pontuação ao final de cada apresentação foi criação de do japonês Daisuke Inoue, na cidade de Kobe, em 1971. Depois tornou-se popular no resto do mundo. Na Baixada Fluminense o karaokê é popular em bares, em churrasco e em outras festas particulares. Cacau Fernandes conta que após a experiência lúdica nas máquinas, a família deu suporte para que ela pudesse cantar aos 10 anos com o grupo de samba Sabor e Som.

“Foi com o grupo cantando em clube que senti a emoção de como é ver as pessoas gostarem da minha voz”.

Cacau é um nome artístico inspirado na primeira sílaba do nome Carla e no fruto que é matéria-prima do chocolate. A relação com a cor da pele é íntima, segundo a cantora. A história de Cacau Fernandes é construída em cima da reação ao racismo sofrido. No período escolar, a cantora foi a vencedora de um concurso de beleza. Um mural com foto com instalado nas dependências da escola no bairro Barro Vermelho, em Belford Roxo. Comentários racistas foram feitos pelos outros estudantes.

“Muitas pessoas começaram a falar pra mim ‘beleza negra onde estão vendo isso nela?’ Todo tempo era sarcasmo ‘Ô beleza’. Fui chamada de ‘neguinha do cabelo bombril’ e tudo desse tipo que se possa imaginar. E aí sempre riam de mim quando eu passava. Isso ficou por três anos”.

A experiência fez com que Cacau passasse por problemas de sociabilização, principalmente no ambiente escolar, por medo de novos ataques. A dedicação à carreira musical também é uma forma de busca de afirmação da própria identidade. Cacau Fernandes canta para enfrentar o desprezo do mundo.

“As pessoas nos desprezam por sermos da Baixada. Já me falaram que moro mal, que devo passar fome. A música é uma forma de mostrar a todos que eu mereço um lugar no mundo”.

O sonho contado por Cacau Fernandes é o de as pessoas a conhecerem através da música e saberem quem ela é e de onde ela é. “Vida que segue” possui letra e arranjo do pai compositor, Carlos Henrique, e foi baseada em um relacionamento vivido pela cantora. Com direção da Ieme Filmes, roteiro de Carlos Henrique e Ieme Filmes o clipe da canção foi lançado na metade do mês de dezembro de 2021. No elenco estão Mariane Reis e Thalles Henrique.

Como diz a letra, “eu não vou chorar, venha o que vier, seja o que Deus quiser”. A esperança de Cacau Fernandes é brilhar nos palcos da Baixada Fluminense para o mundo.

Serviço:
Clipe de Vida que Segue https://www.youtube.com/watch?v=9_uTq3hxlko&ab_channel=CacauFernandes
Instagram: https://www.instagram.com/cacaufernandes_1/
E-mail: caahsantos2512@gmail.com

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2 comentários

  1. Andréa cristina Carvalho dos Santos disse:

    Maravilhosa que orgulho que eu tenho dela . Vai longe pela simplicidade e o carinho q ela tem .voa minha menina.

  2. Maria de Fátima Fernandes dos Santos disse:

    Reportagem maravilhosa e inspiradora. Todos nós independente de raça, credo, e posição social temos o direito de termos nossos e sonhos e conquistas. Minha sobrinha é um exemplo de perseverança e atitude. “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”.

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