Turita Rap lança álbum com o sonho de ser referência artística de Nova Iguaçu para o mundo

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As batidas do funk em Vila Ruth, bairro de Nova Iguaçu, estimularam um jovem a seguir o sonho de viver da arte. O gênero nascido nas comunidades afro-americanas em meados dos anos 60, nos Estados Unidos, desde os anos 90 é popular nas periferias do Rio de Janeiro, sobretudo da Baixada Fluminense. É nesse cenário que surge Turita Rap, artista que está lançando o seu segundo álbum Águias.

Influenciado por Djonga e Roddy Ricch, Turita conta que só foi se sentir artista quando realizou a primeira apresentação no bairro onde nasceu.

“O lançamento do meu primeiro álbum foi um dos meus primeiros trabalhos, eu particularmente não sabia que tinha tanta gente acompanhando e foi uma surpresa pra mim, na vista do mundo artístico é pouco, mais pra um artista que está começando é um combustível a mais.”

Na estrada desde 2008, o primeiro álbum de Turita Rap, Arbítrio Livre, foi lançado apenas em 2017. O trabalho fala da linguagem social e do livre arbítrio, liberdade de expressão. O artista conta que o espaço de cinco anos serviu para adquirir muito conhecimento. Segundo Turita, muitas pessoas agregaram na sua evolução e isso foi sendo passado para os trabalhos seguintes.

Cria de Nova Iguaçu, Turita Rap relata a diferença que fez para a carreira ter tido acesso a recursos e ferramentas para compreensão e impressão de melhor qualidade no áudio, nas técnicas vocais e nas letras. Muitos artistas periféricos passam pela mesma dificuldade. Não há estruturas de fácil acesso para quem vive na Baixada Fluminense.

O artista conta que a arte é fundamental para a vida. Uma espécie de lugar de conforto e resistência. É um caminho comum para quem vive na tentativa de existir em uma Baixada Fluminense que por vezes não oferece opções melhores do que o comum.

“A arte é a minha válvula de escape, minha terapia, é aonde eu consigo conversar comigo mesmo de uma forma muito tranquila, sem muito stress, e também é através dela que vejo que estou caminhando na vida, talvez se eu não fizesse oque eu faço hoje, não sei exatamente oque faria para descarregar tudo que eu suporto.”

Dessa forma a música é tratada como algo profissional. O desejo de Turita é viver da arte, fazer com que seja seu refúgio ainda mais seguro.

“Tenho uma esposa maravilhosa que contribui com isso e juntando as duas partes mais importantes da minha vida, me traz equilíbrio mental para imprimir tudo que penso na arte.”

O músico conta que a arte já o levou a lugares inimagináveis como palcos culturais do Rio de Janeiro. Turita Rap já se apresentou no Imperator no Méier, no Teatro Raul Cortez, no Beco das Garrafas, no Parque das Ruínas em Santa Teresa, no Teatro Silvio Monteiro em Nova Iguaçu. Turita conta que passei por lugares que jamais pensava algum dia estar e que aprendeu muito com cada um artista que teve contato nesses palcos. Os lugares inimagináveis também são os virtuais.

“Minha música Negra Black foi aos Estados Unidos fazer aparte de uma playlist da Rádio Vannyd Ond The Air, em seguida foi a música Aquiles também. Inclusive, foi essa música que me deu mais visibilidade. Parte do que conquistei hoje posso contar que foi a partir do trabalho Aquiles.”

O segundo álbum, Águias, trata de uma nova filosofia, conforme conta o artista. A tentativa de falar o diferente é uma das marcas do trabalho. Turita Rap afirma que se alguém está falando de rua, ele fala do que vem depois da rua, de como a vida é feita de fases. O novo trabalho possui faixa pra 6 gostos diferentes.

“Hoje vou mais do que está no meu coração e faço uma mistura com a vivência e o que está acontecendo no momento, rotular uma faixa nos dias atuais é você está abrindo mão de dar amplitude ao seu trabalho.”

A relação com o território é das melhores, relata Turita. O artista faz questão de deixar claro as raízes, principalmente em entrevistas fora da Baixada Fluminense. Uma frase de Djonga é o mantra do artista iguaçuano: você só será o melhor do Brasil depois que for o melhor da sua rua. E a ambição é grande:

“Por nós de Nova Iguaçu não termos uma referência nacional ou internacional, que nos represente, eu quero ser essa pessoa.”

Para isso o artista deseja ser notado em Nova Iguaçu. Tenta realizar no local para carregar como compositor um pouco da história formada na ligação estreita com a Baixada Fluminense.

“Meu sonho é viver da arte, rodar o mundo através dela e que a minha família não precise mais trabalhar, para que todos possam aproveitar a vida, isso é uma meta a ser cumprida e eu vou firme pra isso acontecer, sem pensar 2 vezes.”

Serviço:
Águias: https://youtu.be/437IondW5EY

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