Fijó reúne música, esporte e comunicação como expressões de transformação na Baixada Fluminense

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Neto de uma musicista e compositora Recifense, Jorge Felipe, mais conhecido como Fijó, conta que sempre teve a arte e a música presentes na vida. Atualmente estudando educação física na Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ, Fijó é cria de Caxias e também um comunicador. Comanda o Ideias de Hermes, podcast que trata sobre a Baixada Fluminense através de artistas e outras personalidades de um tempo e um espaço, como ele mesmo define.

“Com o olhar que tenho hoje, posso resumir minha história como sendo a história de alguém que, graças à música e ao esporte, encontrou direcionamento e propósito em sua existência. Pesado, né? Mas real. Passei por algumas questões de saúde mental por anos e o meu bote salva-vidas era formado por arte e esporte.”

A história de Fijó inicia com a influência da mãe musicista, passa pelo aprendizado com o violão e a formação como artista. Segundo o jovem, a música o ajudou a se tornar quem é, o ajuda a entender filosofias sobre si e sobre os outros. Não há nada mais sobrenatural e divino, afirma Fijó, do que chorar de saudade escutando uma música que foi escrita há 60 anos.

Hoje trabalha com esporte para crianças e utiliza a música e a criatividade para atuarem juntas. É estagiário na modalidade tênis de mesa na Fundação Gol de Letra, dos ex-jogadores tetracampeões do mundo Raí e Leonado. A atuação na fundação tem toda relação com o que Fijó acredita. Segundo o jovem, usar o esporte como ferramenta de transformação de vida é poder fazer com outros o que aconteceu com ele mesmo.

“Jogo futsal desde os 8 anos e foi o que me ajudou a socializar na escola. Sempre fui o menor, mais novo, meio nerd, a cara do bullying. Mas nas aulas de educação física me sobressaía.”

Fijó entende as diferenças entre os alunos e consegue trabalhar com potencialidades e fraquezas de forma individual. A experiência na infância conta muito, afirma o jovem. O esporte foi passado para ele de forma genérica. Como professor preza pelo respeito às individualidades.

“Falar de esporte é falar de como o corpo é considerado, tratado, questionado e entendido. Esse entendimento atravessa várias partes da minha vida e tem parte na construção de um lugar democrático de fala: o Ideias de Hermes Podcast.”

É com a comunicação que Fijó une os principais objetivos de transformação social. Segundo jovem, “Comunicar” é “usar em comum, partilhar”. Uma de suas memórias sobre educação está no extinto programa da TV Globo, Telecurso 2000. Nele pessoas desconhecidas na rua eram perguntaras sobre determinado conteúdo. A cena sobre uma busca pelo conhecimento do povo fascinava Fijó.

Acredito ser necessário que a comunicação – sobretudo na Baixada Fluminense, que segue sendo retratada majoritariamente por quem não a conhece – tenha como ponto de partida a perspectiva do povo, de quem vive o cotidiano e as incertezas dele. Só assim é possível usar em comum o que nos é passado. Aliás, falo isso não só pra comunicação jornalística, mas com todo tipo de comunicação.”

Criador do podcast Ideias de Hermes, Fijó utiliza uma sigla plural: IDHBXD. Em referência ao Índice de Desenvolvimento Humano, o podcast apresenta a ideia de que expressões artísticas são características de um tempo e espaço determinados. São ideias que sempre serviram de parâmetro não só para identificarmos o quão inovadoras aquelas mentes eram, mas também servem de marcos históricos que ficam para além dos fatos históricos, relata Fijó. É pensando dessa forma que o Ideias de Hermes surge. Segundo o jovem comunicador, o podcast marca na história, para além da bagunça dos fatos, as expressões artísticas do nosso tempo e de nosso lugar.

“A Baixada merece isso.”

Serviço:
Instagram: @fijobxd
Ideias de Hermes: @idhermesbxd

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