‘Largados na Baixada’ é sátira de amor à Baixada Fluminense de Magé para o mundo

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Olhar a Baixada Fluminense e seus encantos é uma tarefa que vai além do simples. Terra atropelada pelo desenvolvimento não planejado, a região sofre com estereótipos e desgovernos. Para além do que se vê nas telas e nas páginas de notícias, um jovem de Piabetá, distrito de Magé, reconduz o olhar para a Baixada Fluminense com humor e criatividade. É assim que Daniel Bessa, de 24 anos, criou com amigos a sátira “Largados Na Baixada”, veiculado no Youtube, TikTok, Facebook e Instagram, sucesso nas últimas semanas.

Tenho muito orgulho de Magé. Aqui não aparece na mídia com coisas muito legais. Com o projeto ‘Largados na Baixada’ a gente quer mostrar os pontos mais bonitos de Magé [destaca bem isso, tá?]”

Daniel é grande fã do “Largados e Pelados”, programa no estilo “reality show” produzido pelo Discovery Channel. O programa reúne pessoas em ambientes selvagens espalhados pelo mundo e que precisam sobreviver por cerca de 21 dias. O jovem conta que o lugar onde cresceu formou a ideia do Largados Na Baixada. Onde moro, na verdade no Parque Veneza, dentro de Piabetá, é um lugar com muito verde e é onde fui criado andando de barco, dentro do rio, conta Daniel.

Além disso, o jovem é amante do audiovisual com produção e edição de vídeos há alguns anos. Tudo se concentra no canal “Montagens Aleatórias Piabetá”, no Youtube. Junto de João Vitor (22 anos) e Carlos Felix (26 anos), Daniel conta ter gravado em outros lugares da Baixada como Tinguá, em Nova Iguaçu. Nos vídeos as jovens fingem estarem sendo dublados e fazem piadas com tipos de animais e vegetação. Tudo é feito na base do improviso, garantem.

“Temos mais de 10 milhões de visualizações. O foco é continuar fazendo vídeos e ver o que vai dar.”

Um dos planos é tentar transformar o sucesso em capital para remunerar todos os participantes das gravações. Daniel trabalha com edição de vídeos, enquanto João e Carlos são ajudante de carregamento e bombeiro civil, respectivamente.

“Toda vez que a gente grava um vídeo, mesmo com muito humor, a gente tá mostrando a natureza da Baixada Fluminense, entendeu?”

Os jovens possuem noção da comunicação que conduzem em relação ao lugar que representam. Os vídeos podem ser peça de marketing despretensioso para alavancar o turismo local. Fica em Magé o Estação Guia de Pacobaíba, antiga estação Mauá, a primeira estação ferroviária da América Latina. Outros pontos que Daniel conta serem os primeiros que ele aconselha a serem visitados na região são o Pier da Piedade e a Cachoeira do Véu da Noiva.

O grupo conta que de vez em quando recebe comentários negativos e escolhe não responder. O jovens preferem se concentrar nos diversos impactos positivos que causam.

“Já recebemos mensagens de pessoas que contam terem ‘se curado’ de um quadro de depressão assistindo nossos vídeos. Isso deixa a gente muito feliz! O que alimenta é esse bem que a gente faz pras pessoas.”

Representantes de uma parte da Baixada Fluminense aos pés da região serrana, no fundo da Baía de Guanabara, o grupo do Montagens Aleatórias reforça a questão da identidade com o território e deixa uma mensagem para as pessoas da região.

“Ame o lugar que a gente mora, ame a Baixada Fluminense. É um lugar lindo de pessoas incríveis, com muito talento e que não são notadas.”

Daniel conta que é preciso que os artistas da região sejam valorizados. Em mensagem final, o grupo não deixa de repetir um mantra que aparece nos vídeos sem nunca ser de fato dito:

“Nós da Montagens Aleatórias amamos a Baixada Fluminense!”

Serviço:
Montagens Aleatórias
Youtube
Facebook
Instagram
TikTok

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