Belford Roxo anuncia criação de Área de Proteção Ambiental com Parque Natural e corredor verde histórico

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Belford Roxo pode ganhar um importante reforço em sua conservação ambiental e histórica com a criação da Área de Proteção Ambiental (APA) Parque Natural Municipal Bica da Mulata. O projeto, anunciado pelo secretário municipal de Meio Ambiente, Flávio Gonçalves, prevê a ligação entre duas fazendas do século XIX — a Fazenda do Brejo e a Fazenda Boa Esperança — através de um corredor verde. “Será uma área de proteção ambiental, na categoria de unidade de conservação de uso sustentável, aberta à população”, explicou Gonçalves.

Do Brejo à Boa Esperança

As duas fazendas têm histórias marcantes e representam importantes pedaços do passado de Belford Roxo. A Fazenda do Brejo, cuja construção remonta a 1815, possui apenas ruínas em meio à natureza. Em contrapartida, a Fazenda Boa Esperança, ainda bem preservada, mantém seu casarão intacto.

De acordo com o secretário, a ideia é estabilizar as ruínas e transformar ambos os locais em espaços culturais de visitação pública. A prefeitura já iniciou conversas com a Uniabeu, que administra a área onde a Fazenda do Brejo está localizada, com o empresário Jean Marcovald, proprietário da Fazenda Boa Esperança, e com a Bayer, cuja propriedade será atravessada pelo corredor verde. “O prefeito Márcio Canela está entusiasmado com o projeto, que conservará patrimônios históricos e ambientais, além de proporcionar lazer em um ambiente saudável, com acesso centralizado, próximo à estação ferroviária”, destacou Gonçalves.

Uma história de valor

O Engenho do Brejo tem registros históricos que datam de 1683, quando era propriedade da família Guarda Muniz e produzia açúcar com o uso de mão de obra escravizada. Durante o século XVIII, a propriedade ganhou destaque na Freguesia de Santo Antônio de Jacutinga, tornando-se a terceira maior produtora de açúcar da região na década de 1770.

Em 1815, a fazenda foi vendida para Manuel José Coelho da Rocha, cuja família promoveu melhorias significativas, transformando o local em uma vila. Atualmente, o remanescente da fazenda fica no alto de um morro cercado por mata e estruturas urbanas, sob responsabilidade da Uniabeu.

Já a Fazenda Boa Esperança, conhecida por seu casarão preservado, também se destaca como um ícone histórico e arquitetônico. O novo projeto promete unir essas duas joias por meio de trilhas ecológicas e espaços de convivência, estimulando o ecoturismo e o turismo cultural.

Participação popular

A criação da APA e do parque natural será discutida em audiências públicas a partir de março, envolvendo sociedade civil e empresários. “Queremos garantir que todos os interessados possam contribuir para a construção desse projeto tão importante para Belford Roxo”, afirmou Gonçalves.

A iniciativa visa não apenas proteger o meio ambiente e conservar patrimônios históricos, mas também oferecer um espaço de lazer e educação ambiental. Ao mesmo tempo, o projeto também pode atrair visitantes e impulsionar a economia local, transformando Belford Roxo em um destino para ecoturismo.

O futuro de Belford Roxo

Com a criação da APA e do Parque Natural Municipal Bica da Mulata, Belford Roxo dá um passo significativo rumo à sustentabilidade e à valorização de seu passado histórico. A combinação de preservação ambiental, turismo e educação promete beneficiar não apenas os moradores, mas também a região como um todo, fortalecendo a identidade cultural da Baixada Fluminense.

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