A peça infantil “O Rio Não Está Pra Peixe” encena combate à poluição dos rios periféricos
Tá tudo escuro aqui! Diz o peixe japonês nas águas poluídas do rio onde se encontra em uma periferia brasileira. Poluição dos rios é o tema principal da peça infantil “O Rio Não Tá Pra Peixe”, de José de Brito e que será exibida em duas sessões no dia 22 de maio, na Biblioteca Comunitária Professora Judith Lacaz e da E.M. Dr. Juvenil de Souza Lopes, ambas em Nova Iguaçu.
O elenco que conta com Deusa Brito, Irlanda Brazão, José de Brito, Leo Massukato, Marcos Carneiro, Mario Marcelo e Thiago Zandonai apresenta dinâmica divertida para crianças e também para adultos. Afinal, poluição e preservação são temas importantes para todos os seres.
A história gira em torno de um peixe japonês vivido por Marcos Carneiro. Uma latinha, elemento tradicionalmente encontrado em rios e córregos poluídos, é vivido por Thiago Zandonai. A interação dos personagens aliada às tiradas espirituosas do roteiro dá o tom necessário para alinhar crianças, jovens e adultos que observam também o trabalho de arte. Tanto cenário quanto figurino foram inteiramente produzidos por reciclagem de objetos descartados. A produção ficou a cargo de José de Brito, que também assina o roteiro.
O projeto é amplo e vai além do teatro. A conscientização da poluição das águas é o tema principal, mas haverá também junto das duas apresentações a realização de oficinas de construção de objetos utilizando sucatas. A escolha da Biblioteca Judith Lacaz se deve ao fato de o local ser também um centro de coleta de reciclagem.
O texto da peça foi escrito em 1999 à época da Cia. de Segunda. Somente em na terceira década do século XXI foi retomado para subir aos palcos. O ator Marcos Carneiro conta sobre a experiência.
“Fazer essa contação que foi escrita pelo Brito em 1999 e até nos dias de hoje é atual é de muita importância, ensinar as nossas crianças de forma lúdica o certo, que é cuidar dos rios e não jogar lixo no chão ou nos rios”, relata Marcos.
É importante ressaltar a viabilidade de O Rio Não Tá Pra Peixe, que é um projeto contemplado pelo Edital de Fomento à Produção Cultural da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, com o apoio da Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu, Secretaria Municipal de Cultura e FENIG e realização de José de Brito e Ministério da Cultura e Governo Federal.
José de Brito, que é pedagogo e ator, conta que a ideia inicial era escrever um livro infantil. Em outra oportunidade, à época da pandemia, o grupo encenou o mesmo texto com fantoches.
“Não tinha muito dinheiro e pensei: vou fazer algumas coisas. Aí comecei a pegar lixo e coisas descartadas, a criar os figurinos com cola quente. O fundo é cheio de plástico bolha coisas coladas para parecer lixo, né?”, conta José de Brito.
Outra coisa que Brito destaca na história são os laços afetivos. “E tem essa coisa também do acolhimento. Dona Pet e Zé Latinha são mãe e filho. É claro, a garrafa não é mãe da lata. Mas é no sentido daquele que apoia o outro, de objetos descartáveis. Tem um momento que o Zé diz que ninguém olhou pra ele com olhar de descarte”.
Tanto a peça de teatro quanto as oficinas fazem parte de um projeto que José de Brito deseja que perdure tanto no estímulo de valores sustentáveis das crianças quanto no alcance da arte, com possíveis novas apresentações e parcerias com o poder público e entidades privadas.
Serviço:
O Rio Não Tá Pra Peixe
Dia 22 de maio
E.M. Dr. Juvenil de Souza Lopes – 9h (Rua Dois, s/n, Santa Rita, Nova Iguaçu)
Biblioteca Comunitária Professora Judith Lacaz – 14h (Rua Pedro Cunha, 307, Ponto Chic, Nova Iguaçu)