Manifestações virtuais lembram os 16 anos da chacina da Baixada na última semana de março

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Sociedade Civil, movimentos sociais e o Fórum Grita Baixada, em parceria com a Rede de Mães e Familiares de Vítimas de Violência de Estado e de Desaparecimentos Forçados na Baixada Fluminense, promovem mais uma manifestação em memória das vítimas da Chacina da Baixada – que completa 16 anos no próximo dia 31(qua). O FGB também promove uma série de lives que tratam, entre outros assuntos, do advento de políticas públicas nascidas de esforços coletivos.

Na segunda-feira (29), às 18h, o bate papo relembra os três anos do lançamento do documentário ”Nossos Mortos Têm Voz”, uma produção da Quiprocó Filmes, destacando a realidade tratada no filme em relação à violência de Estado / desaparecimentos forçados. No dia 31 de março de 2005 policiais do Estado do Rio de Janeiro assassinaram 29 pessoas em Nova Iguaçu e Queimados. O documentário traz à tona o depoimento de mães e familiares de vítimas da violência do Estado na Baixada Fluminense com as histórias atravessadas por essas perdas. A produção resgata a memória das vidas interrompidas com uma visão crítica sobre a atuação do Estado através das polícias na região, aborda a atuação dos grupos de extermínio a partir da década de 50 e das milícias mais recentemente, sobretudo, no que diz respeito à violência de agentes de Estado contra jovens negros.

O encontro virtual também relembra os três meses do desaparecimento de Lucas Matheus da Silva, 8 anos, Alexandre da Silva, 10 anos, e Fernando Henrique Ribeiro, 11 anos, no dia 27 de dezembro de 2020 na comunidade Castelar, em Belford Roxo e o assassinato das meninas Emily Victoria da Silva, 4 anos, e Rebecca Beatriz Rodrigues Santos, 7 anos, mortas a tiros em Duque de Caxias, no dia 04 de dezembro de 2020.

Até 31 de março: A Quiprocó Filmes vai liberar de forma gratuita e integral, o documentário Nossos Mortos Têm Voz em seu canal no Youtube. Basta acessar: https://www.youtube.com/channel/UCtpEScDM2N1-ES1-ZAeQ32A

29/03 (segunda-feira), às 18 horas: *Live no Facebook Debate sobre Desaparecimentos Forçados e Mortes Violentas na Baixada Fluminense

* convidados:
– Rogéria Alves (mãe de pessoa desaparecida)
– Maria Batista (mãe de pessoa desaparecida)
– Jovita Belfort (Superintendência Estadual de Enfrentamento das Pessoas Desaparecidas).
– Fernando Sousa (Quiprocó Filmes, diretor do Filme Nossos Mortos Têm Voz).

30/03 (terça-feira) às 19h: *Programa Baixada Viva Especial, ep7: Desaparecimentos forçados e a pandemia

O FGB recebe no seu perfil do Instagram o sociólogo Fabio Araujo, autor do livro Das Técnicas de Fazer Desaparecer Corpos: Desaparecimentos, Violência, Sofrimento e Política. O debate gira em torno dos desaparecimentos forçados como mais uma ramificação da violência do Estado e como a pandemia do novo coronavírus potencializou esse fenômeno.
31/03, quarta-feira, às 10 horas: homenagem às vítimas e depoimentos de familiares – 16 anos da Chacina da Baixada

A Caminhada Virtual realizaria paradas em determinados pontos, homenageando todas as vítimas da violência de Estado na Baixada Fluminense, bem como as famílias que tiveram parentes em situação de desaparecimentos forçados. Esse percurso seria transmitido ao vivo pelas redes sociais da ONG COM CAUSA, Rede de Mães e Fórum Grita Baixada. Entretanto, mesmo garantindo o isolamento necessário, o uso de máscaras e álcool gel para as poucas participantes, de acordo com o agravamento da COVID-19 no país e com o aumento expressivo do número de mortos e infectados, o cuidado necessário com o estado de saúde das mães, impõem o cancelamento da Caminhada Virtual no dia 31. No entanto, a título de memória, o encontro virtual contará com o lançamento de um vídeo com depoimentos de mães e familiares de vítimas de violência de Estado na Baixada.

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