Salas de leitura do Degase funcionam durante a pandemia
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Nesse período de isolamento, a comunidade socioeducativa tem se debruçado sobre os mais variados projetos que sejam viáveis de implementar no sistema. Um dos mais eficientes, que garantem os protocolos preventivos à Covid-19, é a oferta de obras literárias aos adolescentes. No Centro de Atendimento Intensivo (CAI) Belford Roxo, o CAI Baixada, a bibliotecária Simone Barros tem aproveitado ainda mais o espaço de leitura reinaugurado esse ano com as mediações de leitura para os internos, que podem ser seguidas de debates sobre o texto lido em rodas de conversas ou mesmo estimular a criação de desenhos ou outros textos.
Já em Volta Redonda, os agentes Jorge Luís e André Peixoto implementaram no Centro de Socioeducação Irmã Asunción de La Gandara Ustara (Cense Ialgu) uma ação que incentiva o hábito da leitura no s jovens. “Independentemente da função que se exerce nessa comunidade é dever de todos zelar pela garantia dos direitos”, afirmam eles.
Na opinião do diretor-geral do Departamento Geral de Gestão Socioeducativa (Degase), Márcio Rocha, salas de leitura trazem a perspectiva de despertar nos adolescentes o interesse pelo conhecimento de algo novo. “Assim como a pandemia é algo incomum para nossas gerações, ler passou a ser uma prática exercida por poucos. Ter um espaço para a prática da leitura nesse momento de distanciamento entre as pessoas passou a ser algo muito importante”, salientou.
As atividades de estímulo à leitura dão continuidade ao trabalho desenvolvido nas salas de leitura no Cense Dom Bosco, EJLA e Cense Ilha, PACGC, Cense Volta Redonda e GCA, Cense Friburgo, Criaad São Gonçalo e Criaad Ilha, Cecel e Cai Belford Roxo. Onze unidades que foram inauguradas ou revitalizadas nos últimos meses, em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) e a Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec).
Empréstimo de livros nas unidades da capital
Adolescentes que estão em unidades na cidade do Rio podem solicitar à Divisão de Pedagogia (Diped) e à Biblioteca Claudio Tourinho Saraiva, na Ilha do Governador, o empréstimo de livros nas unidades, com o objetivo de lhes oferecer mais opções de atividades culturais durante este período de pandemia, quando há menor oferta de atividades.
“Estimular o gosto pela leitura é muito importante em qualquer fase da vida, no sentido em que ajuda a despertar a criatividade, aumentar o vocabulário, e melhorar a escrita, sobretudo na adolescência, que se trata de uma fase de transformação da vida em que a dificuldade de nomear o que se sente pode vir acompanhado de uma agressividade incontrolada e ou uma enfermidade”, explica Lilian Casimiro, uma das bibliotecárias da equipe.
Em sua opinião, em contextos de privação de liberdade, a atividade se torna essencial. “Além da leitura contribuir na redução do estresse e ansiedade, atua também como uma atividade de cultura e lazer para os adolescentes, principalmente nesses tempos de isolamento social”, conclui Lilian Casimiro.
Danielle Torres, também bibliotecária, enfatiza que a experiência de leitura é rica sob diversos aspectos: “sobretudo na abordagem de saúde mental, a atividade ajuda a amenizar o medo e a insegurança, sentimentos tão presentes em tempos de pandemia”, salientou, acrescentando que o servidor também pode manter o hábito de ler ou aproveitar o momento para começar. “ Criamos um ponto de leitura da biblioteca na recepção da Escola de Gestão Socioeducativa Paulo Freire”.
Formação de agentes facilitadores
A Biblioteca Degase não apenas oferece as obras, mas também disponibiliza uma formação de agentes facilitadores para atuarem em atividades culturais com uso dos recursos literários. Mesmo nesse momento de trabalho remoto, o operador socioeducativo interessado – seja ele agente, técnico, gestor ou voluntário – pode contar com essa ferramenta de capacitação à distância.
A Biblioteca preparou material e orientação a quem se dispuser a atuar nos ambientes de ressocialização; basta entrar em contato pelo e-mail biblioteca@novodegase.rj.gov.br e solicitar o material, que também conta com acompanhamento técnico. Essa capacitação, através da Escola de Gestão Socioeducativa Paulo Freire (ESGSE), certifica com horas para fim de progressão funcional.