Professora do IFRJ Belford Roxo lança livro sobre Transfeminismo
Jaqueline de Jesus terá livro distribuído gratuitamente em todo o país; saiba como adquirir um exemplar
Publicado em:
Por Lucas Cruz
Pela segunda vez, um trabalho da professora Jaqueline de Jesus está participando do projeto “Eu faço cultura”. Criado em 2006, já foram mais de 358 mil produtos culturais resgatados, entre ingressos de shows, circos e cinemas, livros e DVDs. Parte do projeto, o livro ‘Transfeminismo: teorias e práticas’ nasceu de um simpósio temático sobre gênero na Universidade de Santa Catarina (UFSC), um trabalho coletivo e que traz diferentes vozes sobre essa recente temática.
Pós-Doutora pela Escola Superior de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas, Jaqueline de Jesus é professora do IFRJ de Belford Roxo. Mulher trans, ela também é doutora em psicologia pela Universidade de Brasília (UnB) e docente de história na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), também localizada na Baixada Fluminense.
Fazendo parte da vivência de muitos alunos moradores do território, Jaqueline ressalta a importância da educação como forma de transformação social:
“É fundamental, a Baixada precisa muito da educação formal. Não é à toa que os governantes não só da Baixada, mas de todas as periferias do Brasil têm um desprezo enorme pela educação. É pela educação que a gente pode transformar a mentalidade, os hábitos e as práticas que reiteram a eleição dessas pessoas”.
No mês em que se comemora a visibilidade trans, Jaqueline destaca a importância de temas como esse serem discutidos em sala de aula. “Temáticas como a do livro fazem parte da luta por conscientização, por formar cidadãs, cidadãos que se vejam como iguais em direitos e deveres e que valorizem, não desprezem, não matem e não excluam e discriminam outros numa perspectiva de preconceito e de ignorância”, disse.
Entender o transfeminismo e outros debates acerca da sexualidade e gênero se tornam ainda mais evidentes quando falamos em números. O Brasil lidera o ranking de países onde mais se mata pessoas trans e o quinto em que se comete mais crimes de feminicídio, um caso a cada 7 horas com base em dados oficiais dos 26 estados e do distrito federal.
Para adquirir um exemplar do livro Transfeminismo é preciso estar no perfil indicado pelo projeto ‘Eu faço cultura’. Idosos, pessoas com deficiência, projetos sociais e beneficiários do programa Bolsa família são alguns desses perfis aptos a receber o livro. É preciso criar um perfil pelo site eufacocultura.com.br para resgatar gratuitamente uma unidade. “Esse é o grande objetivo, é esse público que vai fazer a grande transformação, que vão se apropriar e vão aplicar à sua realidade e a de outros e se tornarem multiplicadores dos saberes, experiências, dos fazeres que a gente apresenta enquanto trabalho coletivo de um livro.”, declarou.
O livro também pode ser encontrado na página da editora Metanoia.