Ataque a bar em Queimados: parte dos autores já foi identificada

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Na tarde de 8 de outubro, um domingo, bandidos armados em dois carros atiraram contra um bar no centro de Queimados, na Baixada Fluminense, deixando mortos e feridos. Pouco mais de dez dias depois, a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) já identificou parte dos autores. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (19/10), durante audiência da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). O objetivo foi discutir o aumento dos índices de violência no município.

De acordo com o delegado titular da DHBF, Giniton Lage, a ação está relacionada ao confronto de facções criminosas rivais. “Boa parte da investigação segue sob sigilo, mas o que posso dizer é que parte das pessoas que estavam nos dois carros de onde atiraram contra o bar já foi identificada. Só estamos aguardando uma resposta do Judiciário para implementar operações e prendê-los. Nós não podemos admitir crimes como esse ocorrendo em Queimados”, declarou.

Aumento da violência

De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), Queimados teve 172 casos de letalidade violenta em 2016, uma taxa de 119 casos a cada 100 mil habitantes. Esse cálculo engloba crimes como homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal seguida de morte. A maioria das ocorrências diz respeito a homicídios dolosos.

Durante o encontro na Alerj para discutir essa realidade, o Comandante-Geral da Polícia Militar, o Chefe da Polícia Civil e o secretário de Estado de Segurança não compareceram, o que intrigou os parlamentares. Por isso, eles convocarão as autoridades para promover um debate mais profundo e com soluções práticas, como destacou o deputado Zaqueu Teixeira (PDT), integrante da comissão que mobilizou a audiência de hoje.

“Quem tem que dar a resposta para a diminuição da violência não esteve presente. Os dados mostram como o assunto é grave e como todos precisam se mobilizar. Isso não é política, é cuidar das vidas das pessoas”, criticou o parlamentar. Em resposta, os representantes das corporações disseram que seus superiores estavam em reunião com o prefeito de Queimados.

Segurança na Baixada Fluminense

O coronel Vinicius Melo, subcomandante do 3º Comando de Policiamento de Área (CPA) da Polícia Militar, destacou que as peculiaridades de cada município da região são um fator dificultante para o trabalho da polícia. “É uma região muito extensa, com 13 cidades, e densidade demográfica alta. Nós temos que nos adaptar e entender o que cada município precisa, procurando servi-los da melhor forma possível”, comentou.

O deputado Zaqueu Teixeira criticou a baixa atuação continuada das forças de segurança na Baixada, que possui altos índices de violência, em comparação com a rapidez e a atenção ao confronto na favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio. “Não podemos ter essa diferenciação no tratamento da política de Segurança para as diferentes regiões”, disse.

Reforço no efetivo

De acordo com dados da PM, o 1º CPA, em Queimados, conta com apenas 73 agentes em serviço. O coronel Vinicius Melo destacou que o município irá receber um aumento de 1.000 agentes no efetivo em virtude da reestruturação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). Para toda a Baixada, serão outros 2.000 agentes.

A deputada Martha Rocha (PDT), presidente da Comissão, disse que o compromisso de redistribuição das forças da UPP foi feito há meses. Em resposta, o coronel Vinicius explicou que não poderia estabelecer uma data para o início da reformulação e destacou a imprevisibilidade das ações policiais na favela da Rocinha, que exigiram imediatismo.

Apesar disso, o coronel vê a possibilidade de queda nos números da violência no último trimestre de 2017 e no ano que vem. No entanto, essa melhora, criticou o deputado Zaqueu, só existe ao comparar com o período atual, mas analisando um espaço de tempo maior, uma diminuição significativa dos índices está mais distante.

De 2013 para 2014, o índice de letalidade em Queimados passou de 35,3 para 63,8 casos por 100 mil habitantes. Esses dados são ainda mais expressivos ao considerar a avaliação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que define em 10 casos o limite para um índice “não epidêmico”. A deputada Fatinha (SDD) também participou da audiência.

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