Óbitos por Covid-19 quase dobraram na Baixada Fluminense em apenas três dias

Gráfico mostra que avanço do Coronavirus continua acelerado

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A quarentena decretada pelo estado chegou no seu 24º dia e a maioria dos municípios acompanhou a decisão do governador Wilson Witzel, baixando decretos que restringem a circulação de pessoas e mantém o comércio fechado. Apesar do anúncio da flexibilização da quarentena em algumas regiões, os números na Baixada Fluminense não param de subir: só entre o último domingo (05) e ontem (07), o número de casos suspeitos de Covid-19 subiram de 1.056 para 1.479, de acordo com levantamento feito pelo Site da Baixada.

O número de óbitos subiu 89%, saindo de 9 no domingo para 17 na terça-feira. Já são 122 casos confirmados na região e quase 1.500 casos suspeitos.

Sequer Itaguaí, cidade costeira que é praticamente na Costa Verde, ficou livre do coronavirus: ontem a prefeitura publicou um comunicado sobre o primeiro óbito itaguaiense. Também Nilópolis começou a registrar os primeiros casos confirmados nos últimos dias, chegando a 9 na tarde de ontem.

A escalada do Coronavirus na Baixada Fluminense começou no dia 23, com o primeiro caso confirmado em Duque de Caxias (que agora tem 122 casos). Desde então os números não pararam de subir e outras cidades passaram a registrar casos confirmados e óbitos.

A razão de tantos casos espalhados parece estar diretamente ligada a circulação de pessoas: enquanto 98% dos habitantes do Rio de Janeiro trabalham no próprio Rio, em cidades como São João de Meriti, Mesquita, Nilópolis e Japeri este número passa de 40% a serviço da capital carioca, como aponta o levantamento Mapa da Desigualdade feito pela Casa Fluminense com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Censo de 2010.

2020-04-07

Medidas de isolamento não estão sendo cumpridas corretamente

Mesmo com o crescimento dos casos de Covid-19 confirmados e as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para que todos mantenham isolamento em suas casas, uma parcela da população insiste em seguir a vida normal e relatos de churrascos, partidas de futebol e outras aglomerações têm pipocado pelas redes sociais.

O comércio das cidades está oficialmente fechado, mas isso não impediu a população de ir às ruas nesta terça-feira (07), quinto dia útil do mês, se aglomerando nas filas de banco. Aposentados e pessoas com dúvidas sobre a renda básica emergencial formaram filas desproporcionais até para dias ‘comuns’. O exemplo mais claro disso foi a ‘rua dos bancos’ no Centro de São João de Meriti, onde as pessoas se amontoaram mantendo distâncias bem menores que o sugerido pela OMS, de pelo menos um metro.

Procurada através do 190, a Polícia Militar informa que não faz ocorrências de aglomerações e só age diante de denúncias sobre empresas descumprindo o decreto estadual que estabelece quais negócios podem funcionar, mediante certas limitações. Os cidadãos que desejam denunciar aglomerações devem procurar os telefones informados pelas prefeituras de suas cidades.

Entenda como é feito o levantamento de dados do Site da Baixada

Diariamente o Governo do Estado emite um boletim com os casos confirmados e óbitos em todo o estado do Rio de Janeiro. Em paralelo a comunicação do Estado, algumas cidades da região têm informado a população através das redes sociais e sites oficiais. Diariamente a redação do Site da Baixada faz a checagem dos dados, assumindo os números municipais como os mais atualizados.

Esta checagem diária se provou a mais próxima dos números atualizados, tomando São João de Meriti como exemplo: no dia 03 de abril, o Estado anunciava que a cidade tinha 3 casos, enquanto o município afirmava ter 10 casos. O próprio prefeito da cidade tem feito transmissões ao vivo no Facebook com dados atualizados.

Enquanto algumas cidades têm emitido até um boletim diário para a imprensa e população, como Duque de Caxias, outras não têm divulgado o número de casos suspeitos nem confirmados. Isso tem forçado a divulgação de dados imprecisos no levantamento, uma vez que carece de fontes.

Outro problema encontrado no levantamento é a ausência de números das pessoas curadas e casos descartados. Em Itaguaí, que faz essa divulgação, é possível até perceber o número de casos em isolamento hospitalar separado dos casos em análise (que normalmente guardam isolamento doméstico).

Uma vez que muitos casos de moradores da região são tratados na cidade do Rio de Janeiro, é possível que haja também uma falha na publicação dos dados oficiais.

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