Garis fazem parte da linha de frente no enfrentamento ao Coronavirus na Baixada Fluminense

Funcionários da limpeza urbana de São João de Meriti pedem colaboração ainda maior dos moradores durante pandemia

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As recomendações dos órgãos de saúde são para as pessoas ficarem em casa, evitando aglomerações e aumento no número de casos de COVID-19. Mas a lógica dos trabalhadores da limpeza urbana em meio à pandemia é diferente: pelo bem-estar da comunidade, garis colocam suas luvas e máscaras porque precisam, mais do que nunca, ir às ruas. Viraram heróis em tempos difíceis.

Em São João de Meriti, funcionários da Mais Verde, nova marca que reúne a Meriti Mais Verde e a empresa Verde Gestão Ambiental, mantêm as atividades de varrição e de coleta e transporte do lixo. Para melhor atender à população e garantir a segurança dos trabalhadores, a concessionária fez mudanças nos horários de algumas rotas de coleta e reforçou procedimentos de higiene.

– O nosso serviço é um na linha de frente do combate ao coronavírus, junto à área da saúde. Com lixo pelas ruas, é mais fácil que doenças se espalhem pela cidade. A gente conversa com as pessoas para conscientizar, para entenderem que, quando ficam circulando, não colocam só as vidas delas em risco – diz Waldomir Lopes, que varre as ruas do município há mais de dois anos.

Com lojas fechadas e parte da população em suas residências, a quantidade de lixo comercial coletada pela Mais Verde diminuiu e a de resíduos domésticos cresceu. No entanto, de acordo com a Mais Verde, se as ruas estavam vazias no início do isolamento, o movimento de pessoas já voltou a crescer.

Para o coletor Matheus da Silva, a quarentena, além de ser fundamental, ajuda a otimizar a limpeza do município: “Com o passar do tempo, diminuiu a preocupação, o Centro já está lotado de novo. Quem respeita as ordens e fica em casa está se protegendo e nos ajuda a fazer o serviço mais rápido, porque coloca o lixo para fora nos horários certos e ruas vazias facilitam nossa circulação”.

A cooperação vai além dos procedimentos de rotina, como seguir os dias e horários corretos para pôr o lixo na rua. Mais do que nunca, é fundamental dispor o lixo de forma adequada, em embalagens seguras.

– Às vezes, nós pegamos sacolas abertas com máscaras descartadas de qualquer jeito. As máscaras são um equipamento de proteção, mas podem ser um risco para nós que as coletamos se estiverem expostas. O certo é colocar dentro de duas sacolinhas bem fechadas, deixar o lixo bem fechado também, para evitar que a gente se contamine – explica o coletor Danylo Serpa.

O combate ao coronavírus depende do senso comunitário de responsabilidade. O motorista Djailson Nascimento, que trabalha no turno da noite da coleta, agradece à população pelo respeito:

– Não tem preço pegar um saco de lixo com um bilhetinho para parabenizar pelo trabalho, desejando boa sorte, abençoando o serviço. Até de madrugada, tem gente que vai no portão para nos dar um café, um refrigerante. Isso nos motiva e alegra.

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