Designer e fotógrafa Amber Luz tem como foco na sua arte a expressão livre

Ex-aluna do IFRJ de Belford Roxo criou a Abalace, marca produzida por pessoas trans

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Foi a partir de 2016 que Amber Luz, de 24 anos, começou a perceber que tinha uma intuição artística dentro de si. Através dos olhares de uma moradora do bairro de Gramacho, em Duque de Caxias, a tela de seu celular passou a registrar em imagens as vivências que ela tinha nos atravessamentos na Baixada Fluminense.

Aluna de escola pública desde o ensino fundamental, Amber encontrou no curso de produção de moda do IFRJ de Belford Roxo, em 2018, um espaço onde pudesse se expressar e produzir sua arte. Foi também no Instituto que ela teve contato com a doutora em psicologia professora trans Jaqueline de Jesus. Nesse momento, Amber viveu o processo em que se identificou como travesti, questionando a binariedade, termo que classifica a identidade de gênero em apenas duas formas distintas: feminino e masculino. A convite de Jaqueline, ela participa da série de documentários “Uma professora inspiradora”, do Canal Futura, falando sobre a primeira professora trans da instituição.

Capa da edição n°1 da revista Van – produção dos alunos do Instituto com apoio dos professores – Amber conta que o IFRJ é um espaço importante que potencializa o território: “Eu acredito que escolas na periferia são partes necessárias de uma política antirracista e antitransfóbica. Potencializar a Baixada Fluminense e as periferias com direito ao ensino público de qualidade é potencializar o presente e o futuro dessas terras”.

Com objetivo de trazer uma marca travestigenere (criada e produzida por pessoas trans), Amber Luz criou a Abalace, onde traz seus conceitos na produção de roupas utilizando técnicas aprendidas no IFRJ. “A Abalace nasce em 2019 com o intuito de criar um espaço de laboratório de criações com parcerias entre pessoas travestigeneres, e comercializar essas produções dentro dos meios digitais além do espaço físico que é ocupando as ruas”, contou. A marca, que comercializa as produções através do meio digital, também tem como espaço físico a ocupação nas ruas.

SERVIÇO
Amber Luz – @_naoespecificada

Foto: Joana Gabriel/@_joanagabriel

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