Garis comunitários coletam o lixo a pé em áreas de difícil acesso de São João de Meriti

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Nas regiões de morros de São João de Meriti, com ruas íngremes não pavimentadas e vielas estreitas, nem sempre é possível que o caminhão tradicional de coleta de lixo acesse determinadas áreas. Para garantir que essas localidades também sejam atendidas, a Mais Verde, concessionária de limpeza urbana do município, vem desenvolvendo o projeto Gari Comunitário: funcionários que são contratados para circular a pé, varrendo as ruas e recolhendo as sacolas de lixo para levá-las até onde caminhões menores conseguem chegar.

Até o momento, o projeto atende ao Morro do Pau Branco, à região do Dique e à Vila Rosali. São oito funcionários em atividade e todos são moradores das vizinhanças que limpam, o que otimiza o trabalho por conhecerem bem as áreas. Um deles é Antônio de Oliveira Paulo, gari comunitário há quatro meses: “Fiquei feliz quando mandei meu currículo, fiz a entrevista e fui contratado. Eu circulo com o carrinho de lixo pelo morro, nos becos, vou pegando as sacolas e colocando em um saco maior, carrego tudo para onde o caminhão passa. Além de ser uma oportunidade importante por causa do emprego, é no lugar onde eu moro, beneficia o meu dia a dia. Eu me sinto bem em ver a minha própria rua limpa”.

A iniciativa surgiu após solicitações de moradores para que o serviço de coleta de lixo fosse realizado com mais abrangência nessas regiões. Os garis comunitários trabalham desegunda a sábado, de 6h às 14h. Recentemente, a Mais Verde adquiriu “equipamentos satélites” – caminhões menores, com apenas uma caçamba na traseira, que têm mais facilidade de locomoção em vias com declives e sem asfalto. São estes veículos que transportam o lixo coletado.

O supervisor responsável pelas atividades dos garis comunitários, Alessandro Lima, explica que o trabalho da Mais Verde nessas áreas vem gerando uma conscientização: “O lixo representa um risco ainda maior em regiões de morros. Se é jogado nas encostas, descartado de forma errada, qualquer chuva resulta em cachoeiras de lixo descendo com a água. Sem contar os perigos com doenças, bichos. Agora, os moradores estão criando um costume de embalar direito, deixar do lado de fora de maneira correta, porque sabem que a coleta vai passar”.

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