Mapeamento revela negócios na Baixada Fluminense de impacto socioambiental positivo na Baía de Guanabara

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Foto: Henrique Freire/ GERJ

O 1º Mapa de Negócios Sustentáveis da Baía de Guanabara identificou 69 empreendimentos que promovem soluções de impacto socioambiental positivo em 17 municípios da região. O estudo apresenta as principais características do empreendedorismo de impacto para a conservação da biodiversidade, segurança hídrica e resiliência costeiro-marinha em toda a região hidrográfica da Baía de Guanabara. A iniciativa é da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, em parceria com a Firjan, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), o Instituto humanize e o Sebrae-RJ.

“Entendemos que o empreendedorismo sustentável é fundamental para induzir o desenvolvimento socioeconômico aliado à conservação da natureza. A partir das informações sistematizadas neste Mapa podemos desenvolver programas de apoio aos negócios em conjunto com outras instituições e parceiros do território. Nossa intenção é fortalecer esses negócios, reforçando a lógica de que a conservação da biodiversidade pode ser compreendida também como um ativo”, explica Guilherme Karam, gerente de Economia da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário.

O mapeamento identificou negócios com atuação nos municípios de Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, ltaboraí, Magé, Mesquita, Nilópolis, Niterói, São Gonçalo, São João de Meriti, Tanguá, Cachoeiras de Macacu, Maricá, Nova Iguaçu, Petrópolis, Rio Bonito e Rio de Janeiro. “Sabemos que os municípios que integram a Região Hidrográfica da Baía de Guanabara possuem grandes desafios socioeconômicos e ambientais, mas também existe um grande potencial de desenvolvimento e inovação por meio de negócios promissores alinhados à conservação da biodiversidade”, frisa Karam.

Perfil dos negócios

Entre os 69 negócios mapeados, 34 são dedicados a produtos e serviços sustentáveis, representando 49% da amostra, seguido por turismo sustentável (18,8%), saneamento (17,4%), agricultura, pecuária e manejo florestal sustentável (8,7%) e aquicultura, pesca sustentável e maricultura (5,8%). O estudo apontou que a maior parte dos empreendimentos está em fase inicial de maturidade, alguns ainda no desenvolvimento de ideias, protótipos, pilotos e organização. Apenas 8% dos negócios já estão nas fases de pré-escala ou escala. “Ao mesmo tempo em que revela o potencial de desenvolvimento em diferentes cadeias de valor, o mapa mostra que esses empreendedores precisam de apoio para decolar”, constata Karam.  “E justamente neste momento eles precisam de planejamento, orientação e investimento externo para que se estabeleçam. Quanto mais negócios sustentáveis maduros existirem, mais chances teremos de gerar desenvolvimento, lucro e empregos a partir da conservação da natureza”, analisa.

O Mapa revelou que a maioria dos negócios de impacto na região hidrográfica da Baía de Guanabara ainda é de pequeno porte. Apenas 16% faturaram mais de R$ 100 mil em 2020, sendo que 37% deles não tiveram faturamento no ano passado. A maior parte das iniciativas identificadas (89%) possui times com menos de 20 colaboradores. O estudo mostrou também grande necessidade de captar recursos. Atualmente, 44,3% dos negócios estão em processo de captação ou análise de recursos, e 48,2% têm a intenção de buscar recursos externos em um futuro próximo. Apenas 7,5% dos empreendedores declararam não ter intenção de captar recursos.

A busca por aceleração é um caminho visto com bons olhos por 84% dos negócios mapeados. Destes, 55,9% já buscaram aceleração, mas ainda não foram contemplados em programas com este fim, enquanto 11,8% já foram acelerados ou incubados uma vez e 16,3% passaram por esse tipo de programa de apoio mais de uma vez.

Um desafio comum entre os empreendedores é a necessidade de aprimorar a mensuração do impacto de suas ações. Dos negócios que atuam diretamente com conservação da biodiversidade, a maioria absoluta, 96,64%, declara ter capacidade de gerar impacto positivo em conservação e apenas 37,6% dos negócios ainda não definiram indicadores e/ou objetos de impacto social.

Para 38,3% dos empreendedores, apesar de terem os indicadores ou objetivos de impacto definidos, ainda não há medição de maneira formal e disciplinada. Entre os que já realizam a mensuração, 12% têm processo formal de pesquisa interna para coletar dados e comunicar amplamente, mas apenas 0,5% contrata uma organização externa para auditar os dados e cuidar da comunicação.

Outro fato relevante e positivo identificado é que os empreendimentos contribuem diretamente para os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, com destaque para os objetivos 11 – Cidades e comunidades sustentáveis; 6 – Água potável e saneamento; 8 – Trabalho decente e crescimento econômico; e 3 – Saúde e Bem Estar.

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