Encontro de cinema faz itinerância por seis municípios do Rio de Janeiro

Com patrocínio do Instituto CCR, o Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul realiza projeto que visa a valorização territorial e da cultura preta registrada por cineastas dessas regiões

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Fotografia: Milena Manfredini

A partir das histórias e da Ancestralidade preta presente em seus quilombos, personalidades e lutas de cada lugar, a Itinerância do Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul  dá luz ao que por anos foi invisibilizado e até mesmo negado pelas vias oficiais em um programa de seis episódios. De 04 a 09 de agosto, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Niterói, São Gonçalo, Cabo Frio e Búzios e, em formato online, mostrarão narrativas e contribuições negras.

Dando os primeiros passos de retomada cinematográfica após vivenciar a pandemia do Covid-19, o Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul consegue concluir suas atividades propostas. E, para a seleção dos filmes, utilizou como base as identificações dos artistas por temas e territórios, seus pertencimentos e os elementos simbólicos que norteiam suas cinematografias

O projeto Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul foi contemplado no 4º Edital de Projetos Culturais do Instituto CCR e prevê itinerância online com exibição de filmes, homenagem e referências culturais em municípios atendidos pelas Unidades de Negócio CCR NovaDutra, CCR ViaLagos e CCR Barcas,  potencializando e somando forças com o Centro Afro Carioca para dar voz à territorialidade que suas estradas já interligam. Com audiovisual, a conexão entre as cidades será fortalecida neste projeto, uma vez que apresenta feitos e histórias pouco contadas e divulgadas.

Em São João de Meriti e Nova Iguaçu, foram priorizados filmes de realizadores que são cria desses lugares; Em São Gonçalo e Niterói foram selecionadas as produções de cineastas que escolheram essas cidades como cenário por uma relação afetiva, e também filmes que  valorizam personalidades históricas e referências culturais do Rio de Janeiro; Cabo Frio e Búzios a proposta foi trazer a vivacidade desses territórios, através de filmes que evocam o mar, a terra, o mangue e a praia como elementos norteadores dos seus símbolos imagéticos.

Confira a programação:

 

Nova Iguaçu – 04/08

 

Elegua (2018) – 23’

Direção: Yuri Costa

Gênero: Drama

Cidade: Rio de Janeiro

Classificação Etária: 14 anos

Sinopse: Após anos afastado devido à violenta morte do irmão, um renomado jornalista retorna para cuidar da mãe, que sofre uma grave e desconhecida doença. A visita de dois estranhos desperta a suspeita de que algo sobrenatural se abateu sobre ela

 

Guardião dos Caminhos (2019) – 3’

Direção: Milena Manfredini

Gênero: Experimental

Cidade: Rio de Janeiro

Classificação Etária: Livre

Sinopse: Caminhos abertos para o mensageiro passar

 

Joãozinho da Goméa — O rei do candomblé (2019) – 14’

Direção: Janaína Oliveira ReFem e Rodrigo Dutra

Gênero: Documentário

Cidade: Rio de Janeiro

Classificação Etária: Livre

Sinopse: O filme apresenta Joãosinho da Goméa como narrador principal de sua história. Com músicas cantadas por ele, performances provocadoras e arquivos diversos que ressaltam o quanto ele é importante para as religiões de matriz africana. A Rainha Elizabeth II disse que se o candomblé tivesse um rei, esse seria Joãosinho da Goméa, o Rei do Candomblé.

 

Vírus Africano (2011) – 4’

Direção: Janaína Oliveira ReFem

Gênero: Documentário

Cidade: Brasil/Burkina Faso

Classificação Etária: Livre

Sinopse: Vírus Africano é um filme sobre o empoderamento a partir do descobrimento da terra mãe.

 

Camelôs (2018) – 19’

Direção: Milena Manfredini

Gênero: Documentário

Cidade: Rio de Janeiro

Classificação Etária: Livre

Sinopse: Um percurso sensorial na cidade do Rio de Janeiro tendo os camelôs e artistas de rua como personagens dessa cartografia urbana na qual passado e tempo presente se atravessam.

 

São João de Meriti – 05/08

 

Eu não nasci para ser discreta (2018) – 15’

Direção: Alek Lean

Gênero: Docudrama

Cidade: Rio de Janeiro

Classificação Etária: 14 anos

Sinopse: Jovens representando descendentes de negros, orientais, índios e judeus falam como é difícil ser afeminado num mundo machista até mesmo no meio LGBTQI onde há certa exigência em ser discreto para poder se relacionar afetivamente e ter uma boa convivência na sociedade em geral.

 

Por trás das tintas (2019) – 3’

Direção: Alek Lean

Gênero: Experimental

Cidade: Rio de Janeiro

Classificação Etária: Livre

Sinopse: A partir do séc. XVII no Brasil, foram criadas obras de arte com cenas de escravização inseridas em paisagens que são tentativas de descrições eurocêntricas idealizadoras da escravidão como um mundo exótico e até mesmo bonito de apreciar

 

Doces Sonhos (2017) – 20’

Direção: Macário e Arthur Pereira

Gênero: Documentário ficcional

Cidade: Rio de Janeiro

Classificação Etária: Livre

Sinopse: O documentário ficcional aborda a relação de mãe e filho e as dificuldades de subsistência de famílias pretas periféricas geográfica ou social. Com relatos de mulheres-mães-pretas das favelas da Maré que contam suas histórias de posicionamento, resistência e perdas. (Re)construindo uma narrativa anacrônica, familiar a todos os povos pertencentes à diáspora negra.

 

Quarentena Noir (2020) – 10’

Direção: Macário

Gênero: Ficção

Cidade: São João de Meriti

Classificação Etária: Livre

Sinopse: O mundo enfrenta uma pandemia. Muitas pessoas assim como Macário, entram em surto durante a Quarentena causada pelo Corona Vírus. Suspense e adrenalina com elementos da técnica Noir.

 

Tecnofagia (2021) – 15’

Direção: Marcos Lamoureux

Gênero: Experimental

Cidade: Rio de Janeiro

Classificação Etária: Livre

Sinopse: Questionando o passado e futuro, a memória e a opressão, acompanhamos quatro narrativas sobre família, território, direito à vida e ancestralidade.

Segundo filme da trilogia da tecnologia ancestral.

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