Casal de Miguel Couto vende bombons para realizar o sonho do casamento

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A vida é arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida. A frase de Vinícius de Moraes pode servir para o casal Daniele e Leandro, de Nova Iguaçu. Quem acredita que o casamento é uma instituição falida não pode passar pelo sinal de trânsito da Rua Coronel Francisco Soares, esquina com a rua Antônio Rabelo Guimarães. É no local que as pessoas podem encontrar o casal disposto a realizar o sonho do casamento. Leandro Gabriel e Daniele Sueth, naturais do bairro de Miguel Couto, abordam os motoristas para vender doces e conseguir alguma dinheiro para cobrir os custos da cerimônia de casamento.

A ideia de vender bombons no sinal surgiu através de Leandro. O noivo assistiu vídeos na internet com casais carregando placa com os dizeres “Nos ajude a casar” e resolveu reproduzir a ideia na cidade da Baixada Fluminense. Leandro trabalha no Ceasa e Daniele está desempregada. O sonho do casamento só pode ser realizado por conta da iniciativa. Cada bombom é vendido por R$2,00 e muitas pessoas contribuem com a ideia. Em pouco tempo, muitos motoristas contribuíram com a iniciativa. As reações são variadas. Alguns motoristas abrem sorriso de satisfação. Outros lançam piadas. Ficou registrado o fato de muitos homens utilizarem o humor para falar coisas como “se fosse pra outra coisa eu comprava, mas casamento? Não!”.

A noiva conta que em determinados momentos é desanimador. Em Irajá chegou a discutir com uma senhora que passou a “esculachar” o casal por estarem vendendo bombom no sinal para casar.

“Já ouvi muito ‘Casa não, casar pra separar depois?’, ‘Vai casar vendendo bombom na rua? Vai se sustentar como depois?’, ‘Se fosse pra outra coisa eu ajudava”. Isso sem contar a cara de nojo que algumas pessoas fazem, as pessoas que riem de nós na rua. Tem gente que diz que estamos mentindo, que já somos casados. Eu moro com minha mãe, Leandro mora com a irmã dele. Só vamos conseguir morar na mesma casa depois de casados.”

O doce é um elemento que une o casal desde o início. Aos 17 anos, Leandro trabalhava em uma barraca de doces na frente do CIEP 333 Cacilda Becker, bem no centro de Miguel Couto. Se apaixonou pela estudante do Cacilda Becker chamada Daniela, 15 anos à época. Somente cerca de 13 anos depois, através do Facebook, Leandro tentou se aproximar.

“Ele disse que nunca me esqueceu, começou a me chamar pra sair comer no Mcdonalds e eu ia sempre, até que um dia na trilha da Vista Chinesa (no Parque da Tijuca, Rio de Janeiro) ele me pediu em namoro e eu aceitei. Noivamos depois de dois anos de namoro e aí começou a correria de alguma ideia para podermos casar”, conta Daniele Sueth.

Daniele conta que nunca foi de fazer festas de comemoração. Porém, o única comemoração com a qual sempre sonhou foi a de casamento. Com direito a noite de núpcias e tudo, conta. Dentro da família a noiva conta já ter sido ironizada pelo fato de ser pobre e não ter condições financeiras para uma festa do tipo.

“Confio em Deus e nada é impossível. Perdi meu pai quando eu tinha 10 anos. Minha mãe me criou sozinha, mas não tem condições de ajudar a pagar uma festa e eu estou desempregada.”

O sonho do casamento é um registro de que casamento ainda é uma etapa tida como especial na vida de muitos casais. Segundo Daniele, o casal resolveu se casar porque existe muito amor na relação.

Segundo dados do IBGE, o número de registros de casamentos no Brasil apresenta redução desde 2016. Em 2021 o cenário mudou. Segundo dados do Portal de Transparência do Registro Civil da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (ARPEN) e do Colégio Notarial do Brasil (CNB), entre janeiro e setembro de 2021 foi registrado um aumento de 29% em relação ao mesmo período em 2020. É importante salientar o impacto da pandemia da covid-19 nos números do ano de 2020.

Daniele e Leandro planejam o casamento no civil e no religioso no dia 09 de dezembro de 2021. Com o valor arrecadado poderão pagar o valor do aluguel do salão onde casarão. O plano do casal é conseguirem morar juntos após o casamento e no máximo em dois anos terem filhos. Quantos? Dois. Para realizarem os sonhos, os moradores de Miguel Couto contam que as torcem muito para que as coisas melhorem. Vinícius de Moraes falou que a vida é a arte do encontro. O amor está nos encontros de Daniele e Leandro e tantas pessoas nas esquinas da Baixada Fluminense.

Foto: Thiago Kuerques

SERVIÇO
Para doações a chave pix é 21965620731 (celular) em nome de Leandro Jefferson Gabriel.
Para depósitos os dados bancários são:
Caixa/Lotérica
Leandro Jefferson Gabriel
Agência 1624
Operação 001
Conta corrente 33596-0

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2 comentários

  1. Raquel disse:

    Casal de Miguel Couto 😍
    Daniele vc não fala mas eu respondo por ti ,
    pessoas pobres de espírito!
    Uma fulaninha que só vive comida é barriga cheia coração vazio notasse que alegria dela só deve ser comer 😏tá preocupada com que vc há de comer maldosamente, deveria se preocupar com si mesmo pra fazer um comentário desses é uma infeliz literalmente.
    E o outro limitado coitado ,só tem um sonho diz pra eles temos vários, viagens pra uma guia de turismo RS precisam casar pra viajar ,
    pobres de espírito e inteligência pra abrir boca sem argumentos ,sem te conhecer .
    Fico me perguntando amargo, mal amada ,não vive!
    De uma coisa tenho certeza eles nunca terão alguém que faça isso por eles pois se o dinheiro aqui é o problema eles só com dinheiro poderão ser felizes rs e…
    Deixa pra depois 😂
    Te amo minha amiga seu valor ñ tá no dinheiro tem amor ñ só do seu noivo.
    Tem amor pelo que é por não precisar fingir riqueza sem ter e vc está trabalhando pelo que quer admiro seu caráter por ter peito pra aguentar gente 💩 . RS que só fala merda…

  2. GUSTAVO LADEIRA KUERQUES disse:

    Que história bonita, é inspirador, adversidade e amor. Parabéns, desejo muita felicidade ao casal !

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