Prefeito de Belford Roxo é declarado inelegível após rejeição de contas pela Câmara Municipal
Decisão histórica inclui processos por irregularidades fiscais e abertura de impeachment por rombo milionário no Instituto de Previdência.
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A Câmara de Vereadores de Belford Roxo rejeitou, na última terça-feira (26), as contas de gestão do prefeito Wagner dos Santos Carneiro, conhecido como Waguinho (Republicanos). A decisão segue a recomendação do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) e torna o prefeito inelegível pelos próximos oito anos.
A votação foi marcada por tensões políticas. Vereadores aliados ao prefeito faltaram à sessão em protesto, mas a oposição conseguiu maioria para aprovar o parecer do TCE-RJ, que apontou irregularidades graves, como a não realização integral de pagamentos ao Regime Próprio de Previdência Social dos servidores municipais.
Entenda o contexto da decisão
O TCE-RJ já havia recomendado, em outubro, a rejeição das contas do prefeito, por unanimidade, devido à má gestão fiscal. De acordo com o relatório, a administração de Waguinho deixou de cumprir acordos de parcelamento de dívidas previdenciárias, o que agravou a situação financeira do município.
Além disso, a presidência da Câmara informou que os 12 vereadores que faltaram à sessão poderão perder seus mandatos, pois ultrapassaram o limite de ausências permitido pela Constituição.
Abertura de processo de impeachment
A decisão da Câmara ocorre em meio a outra polêmica envolvendo o prefeito. No início de novembro, foi aberto um processo de impeachment por suposta infração político-administrativa que teria causado um prejuízo de R$ 87 milhões ao Instituto de Previdência de Belford Roxo. Para que o impeachment seja aprovado, ao menos 17 vereadores precisam votar a favor do afastamento de Waguinho.
Caso o impeachment seja confirmado, o prefeito poderá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Consequências políticas e administrativas
Com a decisão de inelegibilidade, Waguinho, que está em seu segundo mandato à frente da prefeitura, vê sua carreira política comprometida. Ele não poderá se candidatar a cargos públicos pelos próximos oito anos, o que inclui o período das eleições municipais de 2024.
Procurado pela imprensa, o prefeito não se manifestou até o momento.
Essa decisão marca um momento significativo na história política de Belford Roxo, trazendo à tona a importância da fiscalização e da transparência na gestão pública.