Nova Iguaçu receberá Plano de Ação Climática da ONU para enfrentar emergências ambientais
Projeto desenvolvido pela ONU-Habitat visa soluções para problemas causados por enchentes e outras emergências climáticas, envolvendo o poder público e a sociedade civil.
Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, se prepara para implementar um Plano de Ação Climática em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU). A iniciativa foi discutida nesta semana durante uma reunião entre o prefeito Dudu Reina e Leta Vieira de Sousa, coordenadora de Programas da ONU-Habitat. O projeto será viabilizado por meio de um termo de compromisso a ser assinado com o Governo do Estado, dentro do escopo do Projeto Rio Inclusivo e Sustentável.
Um projeto coletivo e estratégico
Com a assinatura do termo de compromisso, um grupo de trabalho será formado, integrando diferentes secretarias municipais – Agricultura e Meio Ambiente, Saúde, Educação e Defesa Civil – além de representantes da sociedade civil. Essa equipe será responsável por debater soluções para emergências climáticas durante a primeira fase do projeto, que terá duração de um ano.
O principal objetivo é mitigar os impactos das enchentes do Rio Botas, um dos maiores desafios climáticos da cidade.
— Ter o apoio da ONU junto ao INEA vai ser fundamental para buscar soluções que reduzam os desastres. Estamos estudando medidas como a instalação de novos piscinões na Via Light e próximo ao antigo aeroclube, além de ações que complementem as já existentes — destacou o prefeito Dudu Reina.
A ONU-Habitat e o impacto nas cidades
A ONU-Habitat, criada em 1978, é uma agência especializada na melhoria da qualidade de vida urbana. Com foco em construir cidades resilientes e sustentáveis, a organização trabalha para reduzir desigualdades, promover urbanização inclusiva e garantir acesso a serviços básicos de qualidade.
Para Leta Vieira de Sousa, o planejamento é o ponto de partida para alcançar resultados efetivos:
— Entender as demandas da cidade é fundamental. Algumas soluções são rápidas, enquanto outras demandam investimentos maiores, que podem necessitar de apoio federal.
Soluções baseadas na natureza
A prevenção das enchentes do Rio Botas é prioridade, mas o secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Edgar Martins, ressalta a necessidade de medidas que impeçam grandes volumes de água de alcançarem o rio:
— Não basta alargar a calha do Botas ou reassentar pessoas ribeirinhas. Precisamos entender se o reflorestamento da Serra do Madureira e a recuperação de áreas degradadas podem contribuir para absorver a água antes que ela chegue ao leito do rio.
A proposta inclui transformar Nova Iguaçu em uma “cidade-esponja”, com arborização urbana e outras soluções baseadas na natureza para absorver a água da chuva e reduzir os riscos de desastres naturais.
Um futuro resiliente e sustentável
O Plano de Ação Climática representa um marco para Nova Iguaçu, apontando um caminho mais sustentável para a cidade. Com o suporte da ONU e o engajamento da sociedade, a expectativa é de avanços significativos na prevenção de emergências climáticas e na promoção de qualidade de vida para os moradores.
Esse esforço não só beneficia a Baixada Fluminense, mas também coloca Nova Iguaçu como exemplo de resiliência e sustentabilidade para outras cidades da região.