Serviços de transporte na Baixada Fluminense podem parar a partir de setembro

Passageiros de ônibus da Baixada Fluminense têm reclamado do tempo de demora e sumiço de algumas linhas durante o período de flexibilização do isolamento social

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Com prejuízos em torno de R$ 700 milhões nas empresas de ônibus de todo o Estado do Rio de Janeiro, a TransÔnibus (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Nova Iguaçu, responsável pelas operações de 29 linhas de ônibus de nove municípios da Baixada Fluminense) receia que não seja possível continuar com as operações a partir de setembro.

Entre as principais causas para a possível paralisação no segundo semestre está a crise financeira provocada pela pandemia do COVID-19 no Estado. Com ela, o sindicato afirma não ter condições de manter a compra de insumos, pagamento de folha salarial dos funcionários e manter a rotatividade das frotas de ônibus.

Apesar dos prejuízos, a TransÔnibus afirma que está tomando os devidos cuidados com a higienização dos passageiros e dos motoristas e mantendo a circulação do transporte coletivo.

Porém, passageiros que utilizam as linhas de Belford Roxo, como 630 – Xavantes e 206 – Belford Roxo (Via Estrada do Iguaçu), e de Nova Iguaçu, como 108 – Av. Antônio Cunha via Ruas C/D e 118 – Av. Antônio Cunha via São Jorge, afirmam que o tempo de demora, que já existia, está ainda maior com a redução causada pela pandemia do coronavírus.

“Normalmente, os ônibus demoravam em torno de 40 minutos a uma hora. Porém, com a pandemia chegavam a demorar em torno de 1h30 a 2 horas. Quando eu precisava me transportar para algum lugar em Nova Iguaçu, eu tinha que pegar Uber ou 99 porque era inviável esperar tanto tempo por um transporte público e, com isso, meus gastos aumentaram significativamente. Uma passagem de ônibus era R$ 4 reais e pelo aplicativo girava em torno de R$ 10 a 15 reais”, afirma Karen Handam, estudante de Direito, que utilizou a linha 108 e 118 de Nova Iguaçu.

Além da demora, alguns usuários da linha 721 – Caioaba, em Nova Iguaçu, denunciam que, aos domingos, a operação foi cancelada, só funcionando de segunda a sábado com horários reduzidos.

Geisa Silva, passageira da linha, chegou a esperar 2 horas pelo ônibus no domingo da primeira semana de flexibilização do isolamento social. A informação de que não haveria mais a circulação neste dia veio através do fiscal da empresa.

Em relação ao sumiço, a Secretaria Municipal de Transporte, Trânsito e Mobilidade Urbana (SEMTMU) de Nova Iguaçu afirmou que será averiguada a suposta não circulação dos ônibus das frotas aos domingos. Em relação à longa espera pelo transporte coletivo, a SEMTMU explicitou que houve redução de passageiros devido a pandemia e que, em consequência disto, as empresas de ônibus administradas pelo consórcio TransÔnibus resolveram reduzir a frota.

Sobre a demora na espera pelos ônibus intermunicipais, o Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (DETRO/RJ), autarquia vinculada à Secretaria de Estado de Transportes, afirmou que, de acordo com o Decreto Estadual n° 47.108 publicado no dia 6 de junho, todas as linhas intermunicipais voltaram a operar e que, diante da denúncia explicitada pela reportagem, irá reforçar a fiscalização na região.

O DETRO/RJ ainda afirma que as linhas citadas na matéria não tiveram denúncias formalizadas sobre a má operação das frotas intermunicipais e, somente a linha 1512B – Sentido Castelo, que faz a operação até o município de São João de Meriti, recebeu reclamação sobre demora. Por isso, a mesma reforça que qualquer cidadão pode ajudar nas ações de inteligência e fazer sua denúncia através dos contatos da Ouvidoria (citados ao final da matéria).

NEM SÓ OS ÔNIBUS FORAM AFETADOS 

De acordo com o jornal O Dia, no início deste mês, a Supervia também sinalizou para a paralisação dos serviços em agosto. De acordo com a companhia, a causa para o cessamento dos serviços é originado pela queda de R$ 102 milhões de reais desde o mês de março. O tempo de espera entre trens também tiveram alterações.

O consórcio BRT também sofreu impacto com a queda de R$ 100 milhões de reais durante os quatro meses de isolamento e pede ajuda para seguir já no próximo mês. O mesmo acontece com o MetrôRio que teve perdas de mais de R$ 150 milhões de reais e aumentou a passagem para R$ 5 reais no último mês. 

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