Greve dos caminhoneiros: paralisação não é consenso entre motoristas

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Nesta segunda-feira (01/02), iniciou a greve dos caminhoneiros convocada pelas entidades CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística), ANTB (Associação Nacional de Transporte no Brasil), e CNTRC (Conselho Nacional de Transporte Rodoviário de Cargas). A paralisação prevê adesão de motoristas em todo o país, embora não seja consenso entre eles. Deverão ocorrer atos durante todo o Brasil e não há previsão de término.

Pela manhã de segunda, o trânsito foi interrompido na Rodovia Castello Branco, em São Paulo. O protesto contra João Dória (PSDB), governador de São Paulo, divergia das exigências feitas pelas entidades que estão à frente da greve. De acordo com o Ministério da Infraestrutura e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), no mesmo horário, as rodovias federais encontravam-se com fluxo livre.

Os motoristas reivindicam melhores condições de trabalho, como mudanças nas regras de jornada e aposentadoria especial, revisão no reajuste na Tabela do Piso Mínimo de Frete e implementação do Código Identificador de Operação de Transporte (Ciot). Também motivaram a paralisação a alta do preço do diesel e a política da Petrobras, baseada na paridade com os preços internacionais.

Para evitar a greve, o governo propôs redução do PIS/Cofins sobre o combustível, mas Plínio Dias, presidente do CNTRC, declarou que tal medida não seria suficiente para o fim da paralisação. Além disso, foi zerado o imposto de importação de pneus para veículos de carga pela Câmara de Comércio Exterior, do Ministério da Economia, e houve a inclusão dos caminhoneiros na lista do grupo de prioridades para receber a vacina contra COVID-19.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) declarou apoio à greve, mas algumas entidades como a CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos) e a Abrava (Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Autônomos) são contra a manifestação.

Como a greve dos caminhoneiros pode afetar o país?

A paralisação dos caminhoneiros que aconteceu em maio de 2018 teve um grande impacto na economia brasileira. A greve de 11 dias motivada pela alta do diesel prejudicou vários setores, como os de distribuição de alimentos, produtos e serviços, além de ter um impacto negativo nas exportações no país.

Diversas estradas foram bloqueadas no país, impedindo o transporte de caminhões com combustíveis, alimentos e outros produtos. De acordo com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), a economia sofreu uma contração de 3,34% no mês de maio.

Foto de capa: UHGO no Pexels

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