Baixada Fluminense tem mais óbitos por Coronavirus que a Argentina

“Vários distritos recuam com o relaxamento da quarentena devido ao aumento de casos“, noticia o jornal Clarín. “Coronavírus: Córdoba Capital retorna à quarentena rigorosa” é a chamada do jornal La Prensa. Ainda sobre Córdoba, o La Nacion avisa: “Coronavírus. Com 55 casos em 72 horas, Córdoba volta à quarentena rigorosa“. Estes são apenas três entre vários jornais que cobrem a situação do Coronavirus na Argentina, que já discute a segunda etapa de reabertura.

Córdoba, a cidade que está no noticiário nacional por causa do aumento de 55 casos em 72 horas, tem 1.2 milhões de habitantes. Enquanto isso, só Duque de Caxias (919.596 habitantes, pelo IBGE/2019) teve um aumento de 244 casos no mesmo período, saindo de 911 no dia 15/05 para 1.155 no dia 18/05. Nova Iguaçu já registra 1.168.

As cidades da Baixada Fluminense já ensaiam o lockdown: um protocolo de isolamento total, por meio de decreto, onde a circulação de pessoas nas cidades é restrito e o descumprimento pode resultar até em prisão ou multa.

No início da quarentena, o Estado posicionou policiais militares em estações de trem e metrô, junto de barreiras metálicas. Também decretou o fechamento de escolas (públicas e privadas), creches e instituições de ensino superior e a suspensão da realização de eventos esportivos, shows, feiras científicas, entre outros, em local aberto ou fechado. Suspendeu funcionamento de cinemas, teatros e afins. Academias, centros de lazer e esportivos e shoppings também foram fechados e a população foi orientada a não frequentar praias, lagoas, rios e piscinas públicas e clubes.

No final de março, a Supervia já anunciava mudanças de horário e da rotina nas estações. Na última semana de abril, as medidas restritivas ficaram mais rígidas por meio de decretos municipais, obrigando a população a utilizar máscaras ao sair de casa. As medidas restritivas da quarentena incluíram até o fechamento de shoppings na Baixada Fluminense, mas não foram suficientes para frear o aumento de casos de Covid-19 na região.

Mesmo com todas as medidas impostas pelos governos municipais e estadual, a população foi em peso às ruas, como no início de abril, para sacar dinheiro. Em 22 de abril, o Site da Baixada publicou foto da Caixa Econômica lotada em Queimados. No início de maio, as aglomerações já extrapolavam a situação bancária típica do início do mês e até imagens de grandes aglomerações durante a noite em praças eram registradas.

Na última semana as medidas ficaram ainda mais rígidas: São João de Meriti lacrou áreas centrais da cidade, Nova Iguaçu instalou barreiras sanitárias na região do calçadão, Nilópolis lacrou o calçadão da Mirandela e outras cidades têm adotado medidas semelhantes.

Com a curva do contágio ainda em crescimento, a tendência deverá ser o lockdown nos próximos dias. Até o governo do Estado já sinalizou que dará apoio da polícia militar aos municípios que baixarem o decreto de isolamento.

– Determinei ao secretário da PM que os comandantes dos batalhões se reúnam com os prefeitos das cidades onde o isolamento social não está sendo cumprido e apoiem as ações de bloqueio das ruas de maior movimentação. Seguimos no enfrentamento ao Covid-19 – afirmou o governador.

Cientistas do Colégio Imperial de Londres estimaram que a taxa de transmissão do novo coronavírus entre humanos é de duas a três pessoas para cada paciente infectado. Por isso, o pedido de toda a comunidade científica do mundo, da Organização Mundial da Saúde e de governos como o da Argentina (que tem conseguido manter os números muito abaixo da Baixada Fluminense) é que a população fique em casa.

Coronavirus na Baixada Fluminense

Fonte de dados: Governo do Estado do Rio de Janeiro, 18/05/2020.

Foto: Salas/EFE