Alerj aprova proibição de armas de gel no RJ: entenda os riscos e impactos
Nova emenda à lei de 1995 inclui a proibição de brinquedos que simulam armas de fogo, como as populares gel blasters, amplamente vendidas na Região Metropolitana
As chamadas “arminhas de gel”, ou gel blasters, estão oficialmente proibidas no estado do Rio de Janeiro. Em novembro, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou uma emenda ao projeto de lei de 1995 da deputada Marta Rocha, que já restringia a fabricação e comercialização de réplicas de armas de fogo. A nova emenda, proposta pela deputada Tia Ju, adiciona as gel blasters à lista de objetos vetados, citando os riscos à segurança pública e o incentivo ao comportamento violento.
Esses brinquedos têm sido amplamente encontrados em camelôs, lojas e até em shoppings – especialmente durante as festas de fim de ano. A aparência semelhante a armas reais e a possibilidade de disparar bolinhas de gel estão entre os motivos que preocupam pais, especialistas e autoridades.
Riscos das armas de gel: segurança pública e saúde
Embora à primeira vista pareçam inofensivas, as armas de gel trazem problemas graves. Relatos indicam que jovens têm usado as gel blasters em batalhas simuladas nas ruas, pintando-as para se assemelharem ainda mais a armas reais. Esse comportamento pode gerar confusão entre policiais e cidadãos, levando a situações potencialmente fatais.
Em cidades como Olinda e Paulista, em Pernambuco, o uso das gel blasters já deixou mais de 50 pessoas feridas, segundo a Fundação Altino Ventura. Os riscos vão desde lesões oculares graves até o envolvimento em situações de conflito urbano.
O médico oftalmologista Tiago César Pereira Ferreira destacou os perigos que essas bolinhas de gel representam para a visão:
“O impacto direto nos olhos pode causar abrasões na córnea, inflamações intraoculares, sangramentos e até descolamento de retina, com risco de perda visual permanente.”
O impacto social e legal das gel blasters
No Rio de Janeiro, vídeos divulgados recentemente mostram adolescentes utilizando as armas de gel para simular confrontos, causando preocupação entre moradores. Para a deputada Marta Rocha, esses brinquedos não só incentivam comportamentos violentos, mas também colocam vidas em risco:
“Essa moda está incitando o uso de armas e comportamentos de violência. A segurança pública precisa de um olhar mais atento para essa questão.”
O Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) esclareceu que as gel blasters não são consideradas brinquedos e, por isso, não possuem regulamentação específica para sua fabricação e comercialização, o que aumenta ainda mais os riscos.
Proibição: o que muda com a nova lei?
Com a aprovação da emenda, ficam proibidos no estado do Rio de Janeiro a fabricação, venda, transporte e distribuição das armas de gel. A medida busca coibir tanto os danos à saúde quanto os problemas de segurança pública.
A proibição segue uma tendência já vista em outros estados e municípios. Em Pernambuco, por exemplo, delegados e especialistas têm alertado pais e responsáveis sobre os perigos do produto, reforçando que essas armas não devem ser tratadas como brinquedos.
Reflexos na Baixada Fluminense
Na Baixada Fluminense, onde a violência urbana é uma realidade constante, a nova legislação é recebida como uma medida importante para a segurança local. Nas ruas de Nova Iguaçu, Duque de Caxias e outras cidades da região, as gel blasters têm se tornado cada vez mais comuns, sendo vendidas a preços que variam de R$ 150 a R$ 400.
A expectativa é que a proibição contribua para diminuir os casos de ferimentos e situações de risco envolvendo esses itens, além de trazer mais tranquilidade aos moradores.
Dicas para os pais
Com o Natal se aproximando, especialistas reforçam a importância de escolher brinquedos que estimulem a criatividade e o aprendizado das crianças, sem incentivar comportamentos agressivos. Para quem busca opções seguras, é importante verificar se o produto possui certificação do Inmetro e conversar com as crianças sobre os perigos de itens que imitam armas.Fique por dentro das novidades sobre segurança e bem-estar na Baixada Fluminense no Site da Baixada.