Pontos turísticos de Guapimirim passam a integrar a RedeTrilhas, mapa de ecoturismo do governo federal
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Pontos turísticos de Guapimirim, áreas de proteção ambiental, parques ecológicos e patrimônios culturais e nacionais de Guapimirim, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, passaram a integrar Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade (RedeTrilhas). Trata-se de uma espécie de rota de ecoturismo do governo federal.
Foi publicada no Diário Oficial da União, no dia 1º deste mês, a inclusão dos Caminhos da Serra do Mar à RedeTrilhas, por meio da Portaria nº 393/2021, do Ministério do Meio Ambiente. A medida entrou em vigor no último dia 10 de setembro.
Os Caminhos da Serra do Mar são um mapa de trilhas que vão de Magé, na Baixada Fluminense, passando por Guapimirim, Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo, os três últimos na Região Serrana.
Caminhos da Serra do Mar
Serão 200 quilômetros de trilhas em cinco municípios fluminenses. O trecho pode ser percorrido em ambos os sentidos num período médio de 12 dias. Os trilheiros poderão contemplar a Mata Atlântica e sua biodiversidade, cachoeiras e picos, por exemplo.
Apenas 30% dos Caminhos da Serra do Mar foram implementados. Essa rota fluminense terá seis núcleos, sendo o primeiro deles no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso) e o segundo no Parque Estadual dos Três Picos (PETP). O primeiro é federal e o segundo, estadual. Ambos têm parte de seus territórios em Guapimirim.
A rota fluminense ainda não está concluída, o que significa, também, que novos trechos ou até municípios poderão ser incluídos.
“A proposta de trilhas de longo percurso ganha adeptos no Brasil e inúmeros incentivos, utilizando as trilhas já existentes ou esquecidas pelo tempo. Com apoio de voluntários e do Parque Estadual dos Três Picos, estamos trabalhando para a implementação da trilha, que ganha uma sinalização, manejo nos padrões do Inea (Instituto Estadual do Ambiente), e assim, se torna mais um atrativo turístico, com potencial enorme de renda para a região, com políticas de respeito à natureza e à cultura local. Através das trilhas, dentro do Parque Estadual dos Três Picos é possível conhecer o ponto mais alto da Serra do Mar. São 2.366 metros de altitude, árvore com mais de 1.300 anos, plantas de campo de altitude, olhar o nascer ou pôr do sol, ouvir a saudade de asa cinza endêmica no parque (uma espécie de canário que pode ser vista no PETP e que não é comum em outras partes do país), tomar banho de rios e cachoeiras e conhecer as bebidas e comidas típicas ao redor do parque”, destacou o gestor do Parque Estadual dos Três Picos (PETP), Alexandre Donato de Sá.
Os Caminhos da Serra do Mar terão seis trechos:
1) Caminho do Ouro: em Vila Inhomirim, em Magé. O local é tombado como patrimônio histórico pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), vinculado ao governo do estado do Rio de Janeiro.
O Caminho do Ouro foi aberto em 1723 para levar o ouro de Minas Gerais ao Rio de Janeiro.
São cinco quilômetros de caminhada que podem ser percorridos em três horas.
2) Travessia Combinado Ventania: a travessia é iniciada por Caxambu, bairro rural de Petrópolis, ou pela Rua Pedro Ivo, no Morin. O trecho inclui passar pelos picos Cobiçado, Vândalos, Diabo, Tridente e Alto da Ventania.
São 12 quilômetros de caminhada que podem ser percorridos em sete horas (ida).
3) Trilha Uricanal: a trilha faz ligação entre os bairros Caxambu e do Bonfim, em Petrópolis. Os amantes de trilhas passarão pela Toca do Caçador e pelo Pico do Alcobaça, por exemplo.
São quilômetros que podem ser percorridos em três horas.
4) Morro do Açu (Travessia Petrópolis – Teresópolis): Para chegar ao Morro do Açu, é preciso entrar pela sede Petrópolis do Parnaso, a 1.125 metros de altitude. A subida é de até 2.200 metros. São oito quilômetros de caminhada que podem ser percorridos em seis horas (ida).
5) Travessia Petrópolis – Teresópolis: da Serra dos Órgãos, o viajante poderá contemplar do alto a Baía de Guanabara, Pão de Açúcar, Morro do Corcovado e a Pedra da Gávea. Isso se o tempo estiver bom.
É considerado o trecho mais pesado dos Caminhos da Serra do Mar. São nove quilômetros que podem ser feitos em oito horas.
6) Pedra do Sino: é o ponto mais alto da Serra dos Órgãos, a 2.275 metros de altitude, situado no município de Guapimirim. A subida é feita pela sede Teresópolis do Parnaso.
São 11 quilômetros que podem ser percorridos em cinco horas (ida).
RedeTrilhas
A Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade (RedeTrilhas), como o próprio nome diz, é uma rede de trilhas ligando o norte ao sul do país, por meio de caminhadas ou veículos não motorizados, com o intuito de promover a conservação da biodiversidade e incentivar as pessoas a conhecerem patrimônios naturais, pontos turísticos e parques ecológicos e unidades de conservação federais, estaduais e municipais, além da promoção do ecoturismo (turismo ecológico) e do “cicloturismo” (viagens por bicicletas).
A RedeTrilhas foi criada em 19 de outubro de 2018, por meio da Portaria Conjunta nº 407/2018, dos ministérios do Meio Ambiente, do Turismo e do ICMBio.
A meta do governo federal é estruturar 18 mil quilômetros em até 20 anos e movimentar dois milhões de pessoas por ano.
Também integram a RedeTrilhas: a Transcarioca (RJ), a Transmantiqueira (RJ, MG e SP), a Rota Darwin (RJ-PE), a Transespinhaço (MG), Caminhos dos Goyases (GO e DF), Caminho das Araucárias (RS/SC) e a Trilha Chico Mendes (AC).
A título de curiosidade, a trilha Transcarioca começa em Barra de Guaratiba, na Zona Oeste, e vai até o Morro da Urca, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. Os trilheiros poderão passar por áreas protegidas como o Sítio Burle Max, o Parque Estadual da Chacrinha, o Parque Nacional da Tijuca e o Jardim Botânico, por exemplo.
De acordo com o ICMBio, o ecoturismo, a natureza e a prática de esportes radicais foram os principais motivos para 622 mil estrangeiros que visitaram o Brasil em 2017. Enquanto os Estados Unidos recebiam 307 milhões de turistas por ano e faturavam US$ 17 bilhões com os parques, o país sul-americano recebia apenas 10 milhões de turistas nesse segmento e arrecadava apenas R$ 2 bilhões. Mais da metade deste montante é gerada pelo setor hoteleiro em torno dos parques.
Foto: Flávio Varricchio – ICMBio – Divulgação