Rotas de Tinguá: um passeio histórico e ecológico pelas belezas de um dos bairros mais importantes de Nova Iguaçu

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Rotas de Tinguá: um passeio histórico e ecológico pelas belezas de um dos bairros mais importantes de Nova Iguaçu

Fazenda São Bernardino é o ponto de partida do passeio no bairro histórico de Nova Iguaçu. Foto: Raphael Guimarães / Site da Baixada.

Tinguá é um bairro de Nova Iguaçu, maior cidade em extensão da Baixada Fluminense. O município foi criado no dia 15 de janeiro de 1833. Tinha como maior característica sua importante rota comercial, principalmente a partir de 1822, durante o Ciclo do Café. O escoamento da produção passava pela Estrada Real do Comércio, em Tinguá.

No século XX, a atividade econômica primordial de Nova Iguaçu passou a ser o cultivo de laranjas. Sendo assim, a cidade ganhou o apelido de “Cidade Perfume” devido ao aroma da fruta. Com a produção voltada para a laranja, o bairro fértil de Tinguá passou a produzir gêneros de subsistência para a população, sobretudo o aipim. A produção deu origem a Festa do Aipim. De acordo com a prefeitura de Nova Iguaçu, em 2019, último ano da realização da festa, reuniu 30 mil pessoas que consumiram sete toneladas de aipim em Tinguá.

Como chegar em Tinguá

Do centro de Nova Iguaçu, a principal rota para se chegar em Tinguá é por meio da Estrada Zumbi dos Palmares, também conhecida como Estrada Federal de Tinguá ou RJ-111. A estrada apresenta construções históricas ao longo do caminho. Uma delas é a Fazenda São Bernardino.

A Fazenda São Bernardino e a Vila de Iguassu

A fazenda foi construída no estilo neoclássico em 1875 e tombada como patrimônio histórico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1951. Contava com Casa Grande, senzala e engenhos para cana-de-açúcar e, é claro, aipim. Em 1976, a propriedade foi abandona e passou a sofrer uma série de saques. Por consequência, na década de 80 a Fazenda São Bernardinho sofreu um incêndio, destruindo quase toda sua estrutura.

Continuando o passeio pela da Estrada Zumbi dos Palmares é possível visitar mais monumentos históricos, como Conjunto Urbano da Extinta Vila de Iguaçu, tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) em 1978. O conjunto conta com o Porto da Vila de Iguassu (grafia da época), a Torre da Igreja de Nossa Senhora da Piedade de Iguassu e os cemitérios Nossa Senhora do Rosário e dos Escravos.

O Porto, que fica as margens do Rio Iguassu, conectava-se com a Estrada Real do Comércio, sendo assim, um importante ponto para o escoamento agrícola da área, além do ouro de Minas Gerais e Goiás. A Igreja de Nossa Senhora da Piedade de Iguassu era o polo religioso da região e era bastante movimentada devido à circulação de pessoas para produção e escoação agrícola. Hoje, apenas restam as ruínas da Torre Sineira. O Cemitério Nossa Senhora do Rosário era para os nobres e ricos da região, enquanto no Cemitério dos Escravos aconteciam os sepultamentos da população escravizada.

Cachoeiras da Rebio Tinguá

Contudo, talvez a atração mais movimentada de Tinguá seja as belezas naturais da Reserva Biológica (Rebio) do Tinguá. Criada em 1989 pelo Governo Federal, é considerada Patrimônio Mundial Natural pela Unesco em 1999. A Rebio conta com mais de 25 hectares, fazendo do local uma das maiores áreas de proteção da Mata Atlântica. A Rebio do Tinguá está presente em quatro cidades, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Petrópolis e Miguel Pereira. Além disso tem zona de amortecimento também em outras duas cidades, Queimados e Japeri, sendo que mais da metade de sua extensão está em Nova Iguaçu.

No caso da Rebio em Nova Iguaçu, a zona de amortecimento do local protegida pela Área de Proteção Ambiental (APA) Tinguá tem uma das principais rotas de acesso pelo bairro homônimo. Sendo assim, o espaço conta com cachoeiras, trilhas e diversas espécies arbóreas, de mamíferos, aves e peixes. Muitas das quedas d’águas do bairro estão em propriedades particulares, transformadas em sítios. Por isso, é comum o trânsito de iguaçuanos para os sítios de Tinguá no verão.

Mas a natureza é gratuita, sendo possível aproveitar o verde das trilhas e algumas cachoeiras sem pagar nada.

Agradecimento ao mestre em educação agrícola Clodoaldo do Sacramento pela entrevista que ajudou na produção desta reportagem.

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