Restos de fantasia da Sapucaí fomentam o carnaval do restante do Brasil
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Por Thiago Kuerques
São 15 escolas de samba da série Ouro desfilando sexta e sábado na Sapucaí e mais 12 escolas no grupo especial atravessando a avenida domingo e segunda. O número de fantasias é gigantesco. O que acontece com as fantasias após o desfile?
Muitas fantasias retornam com as escolas. Seja para possibilidade de desfile no sábado das campeãs ou para desfiles para as comunidades, geralmente no segundo final de semana após o carnaval. Muitos foliões também jogam as fantasias no lixo recolhido pelos garis da prefeitura do Rio de Janeiro durante toda a madrugada.
A mineira Liliam Minduim, membro da Beija-Flor e diretora de ala do Império Serrano, conta que há também um movimento de fomento ao carnaval em cidades do interior do Brasil.
“Venho de cidade que quer muito ter a cultura da escola de samba. As pessoas vêm pra cá [Rio de Janeiro] depois do desfile, conseguem restos das fantasias, pegam do pessoal que acabou de desfilar pra fazer o carnaval do ano seguinte.”
As escolas citadas por Lilian são a Acadêmicos da Avenida e a Unidos do Santa Maria, da cidade de Barroso, em Minas. Segundo a mineira, é comparável ao funcionamento dos desfiles da Intendente Magalhães, neste ano transferido para a Rua Ernani Cardoso, em Cascadura.
De acordo com Guto Cavalcanti, também membro da Beija-Flor, muitas escolas de samba do Brasil têm como referência as escolas de samba do Rio de Janeiro. A Beija-Flor de Nilópolis, na Baixada Fluminense, é uma das maiores referências das últimas décadas.
Muitas fantasias são recicladas ou reaproveitadas assim como diversas alegorias. O uso sustentável dos materiais tem sido um dos objetivos dos profissionais que trabalham com carnaval.
Como é tradição, a Beija-Flor desfilará na Avenida Mirandela no segundo domingo após o carnaval. Mas antes desfilará na segunda-feira (20/02), na Marquês de Sapucaí.