Experimento Raiva

De 01/11/2024
a 01/11/2024

“Experimento RAIVA” com Martha Ribeiro, Manuela Llerena, Alice Morena, Maria Esmeralda Forte, Pedro Kosovski e instalação cênica de Juliana Ronchesel, se constrói a partir de pontos cegos do mito Medeia, na tragédia de Eurípedes. Três mulheres tecem, desfazem e puxam fios soltos do trajeto desmedido de Medeia: a traição de Jasão, o banimento da cidade pelo tirano Creonte e, por fim, o sacrifício de seus filhos. A trama de Medeia entrelaça-se com o cotidiano das três atrizes que tecem a narrativa: quais as linhas de fuga para o labirinto sem respostas de Medeia, no qual o sacrifício se coloca como única solução?

APRESENTAÇÃO

As Medeias, vivenciadas pelas atrizes Manuela Llerena, Alice Morena, Martha Ribeiro e Maria Esmeralda Forte, narram o que aconteceu, iluminando pontos não ditos na conformação narrativa do Mito Medeia, fabulando memórias, tensionando relatos que ficaram marcados no tempo, revisitando as ações violentas de outros personagens sobre ela: Jasão, Creonte e Creuza, que em nossa história ganham novos contornos diante do que será enunciado. A reescritura do mito, sua desmontagem por uma perspectiva feminista e interseccional, não escolheu por acaso o afeto da RAIVA como motor criativo para desenvolver o texto e a dramaturgia, está na raiva o motor para o movimento de transformação e de enunciação desses novos achados narrativos que compõe a nossa história. O que será encenado parte da ideia de um ato enunciativo autobiográfico ficcional e fabulatório: Medeia por Medeia.

A direção do espetáculo, a cargo de Pedro Kosovski, tece a história através de uma linguagem híbrida, que navega entre o ficcional e o performativo, trazendo elementos contemporâneos à ação, construindo uma paisagem visual eletrificante e poética ao mesmo tempo. Pouco se sabe sobre o mito, pouco se interroga sobre sua tragédia, mas ao levar para as ruas a chave de leitura que escolhemos para escrever o texto, observou-se que a dor e as dúvidas de Medeia são compartilhadas, embora todo horror que se dobra sobre o mito, na situação limite de uma mulher que se vê sem saída.

A equipe de criação desse espetáculo que costura a poesia do mundo trágico com a beleza visual da performance envolve artistas plurais e atuantes da cena artística. Juliana Ronchesel, responsável pela instalação cênica; Felipe Storino diretor musical; Mag Pastori figurinista, Lina Kaplan designer de luz, Diego Ávila automotor, Inaê Moreira diretora de movimento e Luciana Duque diretora de produção. A atmosfera criada pela nossa equipe compõe junto ao texto, à dramaturgia e à direção um território de fruição estética e de questionamento sobre nossa civilização, misturando a potência da poesia com a ironia e a dureza da narrativa, com pitadas de leveza performativa.

Site da Baixada
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