Festival Negritudes BXD

De 20/11/2024
a 23/11/2024

Galpão Gomeia
R. Dr. Lauro Neiva, 32 - Jardim Vinte e Cinco de Agosto, Duque de Caxias - RJ, 25020-040
Duque de Caxias

Em uma proposta inédita, a Escola Livre de Artes da Baixada Fluminense (ELAdaBF), organizada pelo Gomeia Galpão Criativo, realiza, nos dias 20 e 23 de novembro, o Festival Negritudes BXD – ELAseMOSTRA. Evento pensado para fortalecer o processo formativo dos alunos e criar um espaço de reflexão e celebração da cultura negra na Baixada.

A programação contará com a presença de artistas, educadores e líderes comunitários que, por meio de apresentações artísticas e rodas de conversa, vão dialogar sobre identidade, raça e representatividade.

No dia 20 de novembro, o Festival Negritudes BXD acontece no Gomeia Galpão Criativo, em Duque de Caxias. O evento começa com um “esquenta” liderado pelo Grupo Unificar de Capoeira Angola, que recepcionará o público e abrirá caminhos para uma tarde de intensas atividades. Na sequência, Átila Bee traz reflexões sobre a resistência do movimento negro, alinhando o evento ao espírito do Novembro Negro.

Uma das atrações principais será a performance “Negros Olhos”, apresentada pela companhia Alarcon Picanço Criações, que promete emocionar o público com uma narrativa potente sobre as experiências e a história dos povos afros no Brasil. Logo após, ocorre a roda de conversa “Giro de Representatividade: Corporeidades Negras na Cena”, mediada pela artista Lohanna Alves, com a participação de Junior Melo e Spaki MC. O debate propõe discutir as várias formas de representação e expressão das corporalidades negras nas artes cênicas e na cultura.

Das 16h30 às 18h30, o evento dá espaço ao ELAseMOSTRA, uma apresentação integrada de diferentes eixos artísticos da Escola Livre de Artes da Baixada Fluminense. As atividades incluem o Cineclube da ELAdaBF, com exibições de filmes que exploram narrativas negras, apresentações de maracatu e sambadas no Eixo Música, performances no Eixo Dança com “Tempos Cruzados”, intervenções teatrais e uma cena dedicada ao Hip Hop, evidenciando a diversidade e a força das expressões artísticas dos alunos.

O encerramento será em grande estilo com o espetáculo “Vozes Femininas”, que reúne as cantoras Ana Neri, Donna Dona e Larissa Marinho. Além disso, Priscila de Jesus realiza uma intervenção literária, compartilhando poemas e reflexões que conectam o público à força ancestral e ao poder da palavra falada.

No dia 23, como continuidade das celebrações, o Gomeia Galpão Criativo levará alunos da ELAdaBF para participar do “Caminhos de Ciata”, um tour especial pela região conhecida como Pequena África, no Rio de Janeiro. O passeio guiado oferece uma imersão na história da população negra carioca, destacando a influência de Tia Ciata, uma das maiores figuras do samba e da cultura afro-brasileira.

O roteiro inclui visitas a locais emblemáticos da resistência e da cultura negra no Rio de Janeiro, proporcionando uma experiência educativa e enriquecedora. Os participantes terão a oportunidade de conhecer mais sobre a herança cultural deixada pela comunidade negra na cidade e sobre os movimentos sociais que ali surgiram, consolidando o samba e outras expressões artísticas como instrumentos de luta e identidade.

O Festival Negritudes BXD e o tour Caminhos de Ciata não são apenas eventos artísticos, mas também uma extensão da metodologia pedagógica da ELAdaBF, que visa o fortalecimento da identidade negra e a decolonização das práticas culturais. De acordo com Clara de Deus, coordenadora da Escola, “O Festival é uma expressão da pedagogia antirracista que guia nosso trabalho. Ele é construído pelos alunos e para os alunos, mas, principalmente, para a comunidade da Baixada Fluminense, que encontra aqui um espaço de expressão, resistência e criação coletiva”.

A proposta da ELAdaBF é utilizar a arte como ferramenta de educação e transformação social, oferecendo aos seus alunos e ao público a oportunidade de repensar suas referências e construir novas narrativas. “Ao longo do dia, veremos performances e debates que se propõem a questionar e ressignificar a visão sobre raça, identidade e representatividade”, completa Clara.