Dia do orgulho LGBTQIA+: Saiba por que a data é celebrada no dia 28 de junho

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Dia do orgulho LGBTQIA+: Saiba por que a data é celebrada no dia 28 de junho

“O que acontece quando uma flor murcha? Apenas morre e é esquecida?”. Essa frase foi dita por Kitty Rotolo, no documentário ‘A morte e a vida de Marsha P. Johnson’, dirigido por David France. Marsha foi encontrada morta no rio Hudson, no estado americano de Nova Iorque, em 1992, aos 46 anos. Apesar do caso ter sido registrado como suicídio, amigos afirmam que a morte de Marsha foi um assassinato, em resposta a anos de dedicação ao então chamado Gay Power (Poder gay).

Era 28 de junho de 1969 quando um grupo de policiais realizaram uma violenta batida no bar Stonewall Inn, espaço frequentado por trans, gays, lésbicas, bissexuais e drag queens. Se recusando a serem presos, frequentadores do local reagiram à ação e jogaram objetos nos policiais. A revolta desencadeou uma série de protestos, o que, para muitos, deu início à luta LGBTQIA+ na contemporaneidade. Mulher trans, negra e prostituta, Marsha foi uma das militantes mais ativas e importantes nesta luta. Com ela, na linha de frente, estavam principalmente drag queens, mulheres trans e travestis, que reivindicavam direitos e visibilidade ao lado de gays, lésbicas e bissexuais.

Ao longo dos anos, a sigla LGBT aumentou, e novas orientações e identidades de gênero foram evidenciadas. Hoje, a sigla pode ser atendida por LGBTQIA+, ampliando a bandeira a queers (identidade de gênero que não corresponde a heteronormatividade); intersexuais (antigamente chamados de hermafroditas, os intersexuais possuem características sexuais femininas e masculinas); assexual (quem não sente desejos sexuais, mas podendo ser hétero, bi, gay ou lésbica); pansexuais (quem tem atração física e afetiva por todos os tipos de gênero e/ou orientação sexual).

O caso de Marsha, conhecido mundialmente quando se fala em ativismo na luta LGBTQIA+, não foi o único. Infelizmente, a maior parte dos casos de homofobia e, principalmente, transfobia, ou terminam sem solução ou são arquivados por falta de dados e notificações. O Brasil está no topo da lista quando se fala em ocorrências de violência a essa população. De acordo com o Grupo gay da Bahia, em 2019, 329 pessoas foram vítimas de Lgbtfobia. Ainda de acordo com a organização, transexuais e travestis têm 17 vezes mais chances de ter uma morte violenta do que um gay cisgênero (quando o indivíduo se identifica com o gênero de nascimento).

Na Baixada Fluminense, a falta de dados sobre essa população evidencia a ausência de políticas públicas destinadas a esses grupos, que buscam apoio através de ongs e centros de cidadania. Inclusive, algumas dessas organizações continuam o atendimento a LGBTQIA+ durante a pandemia do novo coronavírus.

Ao longo dos anos algumas conquistas importantes aconteceram, como o casamento homoafetivo, a redesignação sexual pelo SUS (cirurgia que permite mudar as características sexuais do nascimento para o gênero que o indivíduo se identifica), a mudança no registro civil (sendo possível escolher como quer ser chamado sem precisar de decisão judicial ou cirurgia), criminalização da Lgbtfobia (aconteceu apenas em 2019, em decisão do STF), e o fim da proibição da doação de sangue, que valia desde 1993.

A busca por visibilidade, oportunidades e representatividade continuam sendo bandeiras levantadas por essa população, principalmente nas periferias. São características individuais já que são corpos distintos, com anseios em comum, mas também diferentes.

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