Dia Nacional da Visibilidade Trans traz reflexão necessária sobre essa população

Pelo 13° ano consecutivo, Brasil é o país que mais mata pessoas trans. Foram cerca de 175 assassinatos em 2020.

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Dia Nacional da Visibilidade Trans traz reflexão necessária sobre essa população

Há exatamente 4 anos atrás um grupo organizado por travestis e transexuais realizou um ato em Brasília para lançar a campanha “Travesti e respeito”. Com objetivo de promover a cidadania e o respeito a essa população, o evento teve grande repercussão e definiu-se o dia 29 de janeiro como o dia para se celebrar a visibilidade trans.

A data propõe reflexões e debates acerca das pautas que envolvem esse grupo, tão invisibilizado na sociedade. Acesso à saúde, assim como o preparo dos profissionais da saúde no correto atendimento, o direito à moradia e a empregabilidade são alguns temas urgentes a serem debatidos em espaços públicos, salas de aula e no cotidiano.

Morador de São João de Meriti e homem trans, o educador físico Wladimir Coelho, de 43 anos, apontou a dificuldade em conseguir ser contratado. “Muitos RHs ainda não tem preparação de empregar esse profissional. Eles empregam pessoas que eles simplesmente “vão com a cara”, porém quando se trata de uma pessoa trans só falta eles nos expulsar”, declarou Wladimir, que atualmente trabalha como motorista de aplicativo.

A dificuldade de Wladimir se estende a grande parte da população trans. A falta de políticas públicas para a inserção dessas pessoas no mercado de trabalho faz com que muitas delas busquem serviços alternativos e na maioria das vezes sem direitos trabalhistas. Uma pesquisa da Antra (Associação Nacional de travestis e transexuais) revelou que 90% das pessoas trans recorrem à prostituição como forma de subsistência.

Os números também são alarmantes quando falamos de violência. O Brasil é, pelo 13° ano consecutivo, o país que mais mata transexuais no mundo. Em 2020, foram mapeados 175 assassinatos contra travestis e mulheres trans. A expectativa de vida de uma pessoa trans é de 35 anos, enquanto a média nacional é de 76,6.

Na Baixada Fluminense, a ausência de políticas públicas voltadas às pessoas trans vem de encontro à dificuldade de se obter dados estatísticos sobre esse grupo. Apesar disso, existem centros de cidadania que oferecem atendimento gratuito e ongs que ajudam a causa de forma voluntária através de doações. De acordo com o governo do estado do Rio, os centros têm como objetivo combater a discriminação, a violência e promover a cidadania da população LGBTI no Rio de Janeiro.

Centro de Cidadania LGBTI Baixada I – Duque de Caxias
Telefones: (21) 2775-9030
E-mail: [email protected]

Centro de Cidadania LGBTI Baixada II – Queimados
Telefone: (21) 3698-6441
Whatsapp: (21) 96630-3806
E-mail: [email protected]

Centro de Cidadania LGBTI Baixada III – Nova Iguaçu
Telefone: (21) 2334-5570 / 97224-3564
E-mail: [email protected]

Casa dos Direitos da Baixada
Endereço para doações (cestas básicas, alimentos de limpeza e higiene): Rua Camila Mendonça, Lt: 10 Qd: C
Tel: (21) 96422-8777 (Pres. Angelica)

Foto de capa: Anete Lusina no Pexels

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