Sala Acolhedora em Nilópolis vai receber crianças e adolescentes para investigar denúncias de abuso ou exploração sexual

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Sala Acolhedora em Nilópolis vai receber crianças e adolescentes para investigar denúncias de abuso ou exploração sexual

O prefeito de Nilópolis, Abraãozinho, inaugurou a Sala Acolhedora para crianças e adolescentes com suspeitas de violência, abuso ou exploração sexual na sexta-feira (15/5), véspera do dia nacional dedicado ao tema. Fruto de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SEMDS) e a 57ª Delegacia Policial (DP), o espaço fica no segundo andar da DP, no bairro Cabuís.

Leniel Borel, pai do menino Henri Borel que foi assassinado pelo padrasto com a conivência da mãe, participou da cerimônia ao lado de Abraãozinho, da secretária Everline Lima, da SEMDS, do delegado titular Marcos Santana, do comandante do 20ºBPM (Mesquita), coronel Olavo Ramos, do deputado estadual Rafael Nobre, do vereador Alvinho e de outras autoridades.

“Hoje é um dia emocionante para mim. Esse é um sonho singelo, fisicamente simples. Mas sou pai também e, quando vejo situações assim acontecendo com outras crianças, me lembro de meus filhos. A gente sofre junto. Os direitos das crianças e adolescentes têm que ser preservados. Fico muito feliz com nossa integração com a Polícia Civil e Polícia Militar. Quero garantir a vocês que não vamos medir esforços e agradeço a cada funcionário da Prefeitura envolvido nesse trabalho”, afirmou Abraãozinho.

Por sua vez, o engenheiro Leniel Borel, que perdeu o filho Henri, de 4 anos, em 8 de março de 2021, também agradeceu a todos pela iniciativa. “Essa luta é pelo filho de cada um que está aqui. Precisamos diminuir em acabar com a estatística da Unicef que informa que todos os dias 33 crianças são mortas no Brasil. O Maio Laranja foi criado para alertar sobre essa questão”, observou Leniel, acrescentando que a Sala Acolhedora de Nilópolis entra para a história.

A secretária de Desenvolvimento Social, Everline Lima, disse que estava cheia de gratidão e felicidade. “Apesar de estarmos falando de um momento difícil para tantas crianças, quero agradecer ao delegado, ao prefeito, ao deputado Rafael Nobre. Realizamos um serviço de excelência, com dois abrigos municipais para receber bebês, crianças e adolescentes. Preciso divulgar porque trabalhamos muito”, salientou Everline Lima.

“Estou muito orgulhoso por nossa ação conjunta. Falei com a secretária Everline há 15 dias e, em uma semana, conseguimos realizar esse sonho. Queremos tirar o abusador o mais rápido possível do convívio com essa criança. Consideramos esse projeto importante porque o vemos como uma forma de descobrir o autor do crime e tirá-lo daquele ambiente”, disse o delegado Marcos Santana.

Ele acrescentou que, muitas vezes, o juiz não se sente confiante em decidir porque a criança não falou. “Na Sala Acolhedora, a criança poderá desenhar, brincar, ali pode se exprimir mais do que se tivesse falado. Nossa contrapartida é nosso trabalho. Para isso, precisamos também do outro lado, que é o trabalho da assistência social, de psicólogos, do conselho tutelar”, listou Santana.

Estiveram presentes ao lançamento ainda o diretor do Departamento de Polícia da Baixada, Geraldo Assed, o secretário municipal de Segurança Pública, Antônio Carlos Muniz, o comandante da Companhia de Polícia Milita de Nilópolis, Rômulo Barreto, e a superintendente da Casa da Mulher, professora Nilcéa Cardoso.

Evento ‘Ouvir a Criança é Proteger a Infância’ foi realizado no Calçadão da Mirandela

Durante a manhã, a SEMDS reuniu representantes de diversos órgãos ligados a ações preventivas de combate ao abuso e à exploração sexual contra crianças e adolescentes em um grande ato no Calçadão da Mirandela, no Centro. A bailarina Valéria Brito levou alunos especiais que dançaram ao som da canção Hallelujah, de Leonardo Cohen, e arrancou aplausos e lágrimas de quem passava pelo local.

Em seguida, Valentina Matta, de 7 anos, filha da diretora de Proteção Social Especial (PSE), Vanessa Matta, interpretou e cantou uma música que dizia: “Ele tentou, mas dessa vez eu contei pra mamãe”. E a ong Raydi, da ex-rainha de bateria da Beija-Flor, Rayssa, participou com sua bateria, formada por crianças e adolescentes que têm aulas de instrumentos musicais gratuitamente. O som empolgou a plateia.

Também foram apoiadores da ação o curso CBEU e o Instituto Brasileiro de Gestão de Políticas Públicas, que levou o livro Formiguinha Arteira, de Alcimário Jr. A história pretende ensinar as crianças como repelir qualquer tipo de abuso. O anúncio das atrações ficou por conta do superintendente da Criança e do Adolescente, o DJ Cezar Renato.

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