Audiovisual e jogos, como slots, impulsionam a economia criativa

A economia criativa no Brasil está em expansão, especialmente nos setores de audiovisual, games e jogos de slots, que têm demonstrado um crescimento significativo e vibrante, consolidando-se como motores importantes para o desenvolvimento econômico e cultural.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) e do Observatório Itaú Cultural, a economia criativa representa 3,1% do PIB brasileiro, empregando 7% da força de trabalho nacional em mais de 130 mil empresas criativas espalhadas pelo país.

Dentro desse cenário, o mercado de jogos eletrônicos se destaca. De acordo com dados recentes da consultoria Newzoo, o Brasil está entre os cinco maiores mercados do mundo em número de jogadores e ocupa a décima posição em receitas, tendo movimentado cerca de US$ 2,7 bilhões em 2022, com expectativa de chegar a US$ 3,5 bilhões em 2025.

Cenário brasileiro destaca os jogos de slots

Apesar de a maioria dessas receitas ainda serem direcionadas para empresas internacionais, o cenário doméstico está mudando rapidamente com a crescente profissionalização e a expansão dos estúdios brasileiros.

Entre os jogos de slots, por exemplo, a catarinense Caleta Gaming se destaca, com portfólio de títulos que alimentam os mercados nacional e internacional de cassino. Seguindo as exigências da regulamentação das apostas no país, a desenvolvedora recentemente chegou a 26 jogos certificados pela BMM Testlabs, ampliando o número de ofertas para as bets.

No entanto, é importante destacar que jogos de slots, como os produzidos pela Caleta Gaming, não estão incluídos no Marco Legal dos Games, outra regulamentação importante para o desenvolvimento do setor.

Apesar desta diferença, as bets continuam impulsionando o setor no país: mais de 90% das rodadas disputadas em 2024 no cassino online da KTO foram em jogos de slots. A importância é tanta que os slots recebem até promoção específica na casa, com Missões Diárias que oferecem prêmios diferentes para os jogadores a cada dia.

Marco Legal dos Games fortalece ecossistema nacional

Aprovado em abril de 2024 e sancionado pelo presidente Lula em maio do mesmo ano, o Marco Legal dos Games (Lei 14.582/24) define jogos eletrônicos claramente como produtos culturais e tecnológicos, desvinculados das atividades de jogos de azar, o que proporciona acesso a mecanismos de incentivo como a Lei Rouanet e a Lei do Audiovisual.

Essa regulamentação é essencial para fortalecer o ecossistema nacional e ampliar o reconhecimento dos games como expressão cultural. “O setor de desenvolvimento de videogames espera por isso há 20 anos”, celebrou Rodrigo Terra, presidente da Abragames (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Games). “Videogames são desenvolvimento econômico, inovação, tecnologia e, finalmente, estão no seu lugar devido, a Cultura”.

Além do crescimento empresarial, iniciativas públicas e sociais também têm impulsionado o setor. Na Baixada Fluminense, duas ações em Mesquita mostram como o investimento em capacitação pode estimular novos talentos criativos.

O projeto CineFlow, uma oficina gratuita de audiovisual fruto da Lei Paulo Gustavo, ofereceu formação completa em roteiro, fotografia, luz, som, direção de arte, produção e direção para moradores locais.

Outro destaque é o GameLab Mesquita, um laboratório inovador voltado para a capacitação em desenvolvimento de jogos e eSports, realizado em parceria com a Federação do Estado do Rio de Janeiro de Esporte Eletrônico (FERJ-EE) e com patrocínio da Light. Ambas as iniciativas buscam proporcionar oportunidades reais de aprendizado e desenvolvimento de habilidades digitais para jovens, preparando-os para carreiras promissoras no mercado criativo.

O futuro da economia criativa brasileira mostra-se promissor, com iniciativas como essas desempenhando um papel importante na profissionalização e crescimento do setor. O contínuo apoio institucional, a regulamentação eficaz e os investimentos em capacitação são essenciais para garantir que o país se consolide não apenas como consumidor, mas também como produtor globalmente competitivo de bens e serviços criativos.