Governo do Estado e Prefeitura de Duque de Caxias anunciam R$ 22 milhões para modernizar o Eco Polo Gramacho
Com apoio do novo PAC, projeto prevê unidade de triagem mecanizada e amplia o papel social e ambiental dos catadores de Jardim Gramacho

O Governo do Estado do Rio de Janeiro e a Prefeitura de Duque de Caxias formalizaram, na última quinta-feira (8), um acordo de cooperação técnica que promete mudar o cenário da reciclagem e da inclusão social no município. O projeto Eco Polo Gramacho, fruto de uma parceria entre a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (Seas-RJ) e a administração municipal, vai receber cerca de R$ 22 milhões em investimentos para a modernização da infraestrutura, com foco em ações de sustentabilidade, geração de renda e valorização do trabalho dos catadores de materiais recicláveis.
O recurso será viabilizado por meio do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), numa articulação entre os governos federal e estadual. A expectativa é que todas as obras do projeto sejam finalizadas ainda em 2025, impulsionando a coleta seletiva e o reaproveitamento de resíduos no município.
Polo será modernizado com nova unidade de triagem mecanizada
Entre as principais mudanças previstas está a implantação de uma unidade de triagem mecanizada, o que deve otimizar o processo de separação de resíduos e garantir melhores condições de trabalho para os catadores. Além disso, o projeto prevê a aquisição de maquinários, equipamentos de proteção individual, obras de infraestrutura e capacitação para os trabalhadores.
“Estamos investindo em um modelo de desenvolvimento que une sustentabilidade, inclusão social e geração de renda. O fortalecimento do Eco Polo Gramacho demonstra o nosso compromisso com os catadores, com o meio ambiente e com o futuro do nosso estado”, afirmou o governador Cláudio Castro. “A parceria com Duque de Caxias mostra que, quando os entes públicos atuam juntos, é possível transformar realidades com dignidade e respeito”, completou.
Sustentabilidade, inclusão e geração de renda no centro do projeto
Localizado em uma área de 2 mil m², o Eco Polo Gramacho será uma referência no reaproveitamento de resíduos e na valorização dos trabalhadores da reciclagem. Segundo o secretário estadual do Ambiente, Bernardo Rossi, os investimentos vão além da estrutura física e envolvem a formação continuada dos catadores, além de ações para o bem-estar e saúde do grupo.
“Hoje é um dia muito importante. Sem o apoio da prefeitura de Caxias e a confiança dos catadores, não seria possível conquistarmos esses avanços. O fortalecimento do Eco Polo Gramacho é essencial para transformar a realidade dessas pessoas e consolidar políticas públicas que integrem desenvolvimento, preservação ambiental e justiça social”, afirmou Rossi.
O projeto estabelece também que a Seas-RJ ficará encarregada do suporte técnico e da condução de processos como licitação e prestação de contas. Já a Prefeitura de Duque de Caxias será responsável por divulgar o projeto, contratar cooperativas e gerenciar os rejeitos que não forem reaproveitados.
Catadores reforçam importância da reparação histórica
O presidente da Associação dos Catadores de Jardim Gramacho e do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, Tião Santos, destacou a importância de pensar políticas públicas que reparem os danos causados pelo fechamento de lixões sem planejamento.
“A cadeia da reciclagem gera cerca de 3 milhões de empregos. Mas, infelizmente, é uma cadeia que nasceu da pobreza e da exclusão social e econômica. Mas ela precisa ser dessa forma? Não. O Eco Polo Gramacho tem que ser uma referência para o Estado do Rio e para o país como mecanismo de inclusão social e como reparo pelo fechamento de lixões de forma não humanizada. É preciso pensar nas pessoas impactadas”, declarou.
Dicas finais
O fortalecimento do Eco Polo Gramacho representa um marco para Duque de Caxias e para a Baixada Fluminense, ao reunir ações voltadas à sustentabilidade, inclusão social e desenvolvimento econômico. Com os investimentos previstos e a articulação entre diferentes esferas do poder público, o projeto pode se tornar exemplo de reaproveitamento de resíduos com justiça social, fortalecendo um setor essencial para o futuro das cidades: a reciclagem.