Biometria facial identifica uso irregular de cartões na Baixada Fluminense

Em levantamento no primeiro semestre, a Riocard Mais constatou que a média mensal de uso indevido de cartões habilitados no Bilhete Único Intermunicipal no transporte por ônibus na Baixada Fluminense aumentou 7 mil se comparado ao mesmo período de 2022. Os dados têm relação com o novo perfil dos beneficiários do BUI. Em fevereiro e abril, devido ao projeto de subsídio tarifário promovido pelo Governo no trem e no metrô, foram identificadas duas ondas de novos usuários do sistema de bilhetagem.

O desconhecimento das regras é um dos fatores que contribuem para a estatística. O caso mais comum é o empréstimo do cartão. Em muitos casos, o titular não que corre o risco de ter, por exemplo, o Bilhete Único ou a gratuidade, suspensos. Qualquer benefício é pessoal e intransferível. Por isso, a primeira medida que Riocard Mais aplica tem caráter educativo.

A câmera de biometria facial é primeira responsável por essa tarefa. É o equipamento que faz a captura e envia as imagens para o banco mantido pela Riocard. No total, são 3,6 milhões de pessoas cadastradas no sistema entre beneficiados por gratuidades e BUI. O motor faz a primeira análise e identifica se é, de fato, a pessoa cadastrada como portadora daquele cartão usando o benefício. Se o motor não conseguir identificar que a pessoa cadastrada é a portadora daquele cartão, inicia-se a segunda fase, chamada de inspeção.

Quem cuida dessa rotina é a equipe de Antifraude, dedicada a tratar do direito dos titulares de benefícios e ajudar o poder público na fiscalização do serviço. A análise humana é responsável pela conferência em duas etapas. O último passo é a auditoria, onde é conferido e finalizado o laudo para garantir a maior segurança no processo.

O sistema da biometria facial não bloqueia automaticamente o cartão. O objetivo não é prejudicar ou impedir o ir e vir das pessoas imediatamente. São 20 milhões de transações averiguadas por mês e oito mil passageiros precisam, realmente, comparecer na loja para regularizar a situação. É neste momento que os colaboradores da Riocard Mais reforçam a conscientização do uso do benefício junto aos clientes. E a taxa de recorrência após a medida educativa é baixa. Cerca de 10% continuam tentando fraudar o sistema.

Fique atento

O Decreto 45.749/2016, que trata da implantação do controle biométrico nos ônibus, prevê medidas em casos de uso indevido que vão do cancelamento definitivo do benefício a sanções penais. Se a fraude for constatada, ao encostar o cartão no validador, irá aparecer uma mensagem pedindo para comparecer a uma loja Riocard Mais em até 10 dias. Em caso de reincidência, o benefício será bloqueado por 180 dias. Após esse prazo, o benefício é reativado automaticamente. Se após, esse período de seis meses a fraude voltar a acontecer, a punição máxima é a perda do benefício.