Quase 100 chacinas em 6 anos: rotina sangrenta na Baixada Fluminense

Ao menos 344 pessoas foram mortas em 91 chacinas, segundo Instituto Fogo Cruzado

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Quase 100 chacinas em 6 anos: rotina sangrenta na Baixada Fluminense

A violência armada na Baixada Fluminense já era um problema antigo do Rio de Janeiro, mas ganhou um novo capítulo no dia 31 de março de 2005. Naquela noite, policiais à paisana percorreram as ruas de Nova Iguaçu e Duque de Caxias atirando em quem cruzasse o caminho. 29 pessoas foram mortas. O episódio, que ficou conhecido como Chacina da Baixada, foi a maior chacina da história do Rio.

Nos últimos seis anos, 91 chacinas ocorreram na Baixada Fluminense, deixando 344 mortos, segundo Instituto Fogo Cruzado. 58 destes casos ocorreram durante ações ou operações policiais, vitimando 209 pessoas.

Neste 30 de abril, data em que é celebrado o Dia da da Baixada Fluminense, há pouco para comemorar no tema da Segurança Pública. Houve cinco chacinas na região em 2022, com 20 mortos. Todos os casos ocorreram durante ações ou operações policiais.

Maria Isabel Couto, diretora de programas do Instituto Fogo Cruzado, avalia que este cenário é resultado de escolhas políticas falidas que enxergam a vida de moradores e agentes de segurança como descartáveis. “O poder público oferece violência policial ou abandono como resposta à insegurança crônica que afeta as cidades da baixada. A impunidade e o desamparo, alimentam um ciclo de cada vez mais violência. Enquanto nossos governantes não passarem a de fato cuidar da sua população, oferecendo condições dignas de vida, oportunidades e atuando com inteligência, esses episódios continuarão sendo rotina na Baixada Fluminense”.

Um dos episódios aconteceu em fevereiro no Parque Floresta, Belford Roxo, quando sete pessoas foram mortas durante uma operação policial. Outras quatro pessoas ficaram feridas, entre elas um policial militar atingido no braço.

SOBRE O FOGO CRUZADO

O Fogo Cruzado é um Instituto que usa tecnologia para produzir e divulgar dados abertos e colaborativos sobre violência armada, fortalecendo a democracia através da transformação social e da preservação da vida.

Com uma metodologia própria e inovadora, o laboratório de dados da instituição produz mais de 20 indicadores inéditos sobre violência nas regiões metropolitanas do Rio, do Recife e, em breve, em mais cidades brasileiras.

Através de um aplicativo de celular, o Fogo Cruzado recebe e disponibiliza informações sobre tiroteios, checadas em tempo real, que estão no único banco de dados aberto sobre violência armada da América Latina, que pode ser acessado gratuitamente pela API do Instituto.

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