Governo do Rio propõe parceria com agência antidrogas dos EUA para reforçar combate ao tráfico
Em missão oficial a Nova Iorque, Cláudio Castro defende troca de dados com a DEA para aprimorar estratégias de segurança pública no estado

Durante missão institucional nos Estados Unidos, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, anunciou nesta sexta-feira (9) a proposta de um acordo de cooperação com a DEA (Drug Enforcement Administration), agência antidrogas dos Estados Unidos. A parceria, segundo o governo estadual, visa fortalecer o enfrentamento ao tráfico de drogas no território fluminense por meio do compartilhamento de informações estratégicas entre os dois países.
A DEA é reconhecida mundialmente por seu papel em operações de grande escala contra o narcotráfico internacional, como o desmantelamento do Cartel de Medellín e a captura de Joaquín “El Chapo” Guzmán. O escritório da agência já tem atuação no Rio de Janeiro, o que pode facilitar a articulação entre as equipes de inteligência norte-americanas e as forças de segurança estaduais.
Parceria busca impedir avanço do crime organizado
Para o governador, a experiência da DEA pode ser decisiva para o aprimoramento das políticas estaduais de combate ao tráfico. “Vamos unir nossos agentes aos do DEA, que tem escritório no Rio. Firmar um memorando de intenções com o Departamento Antidrogas dos Estados Unidos será extremamente enriquecedor, porque estamos falando de uma divisão com expertise reconhecida em todo o mundo. Essa parceria permitirá aprimorarmos os nossos conhecimentos e estratégias para continuarmos aperfeiçoando as ações do Estado contra o tráfico de drogas em todo o território fluminense”, afirmou Cláudio Castro.
A proposta envolve o cruzamento de dados entre as instituições e o treinamento conjunto de agentes, com foco na prevenção do crescimento de organizações criminosas locais. O memorando também pode abrir caminho para futuras operações internacionais coordenadas.
DEA atua além do tráfico de drogas
Com presença em diversos países, a DEA também desenvolve ações que vão além da repressão ao comércio ilegal de entorpecentes. Entre suas funções estão a erradicação de plantações ilegais de drogas, a cooperação com agências internacionais de segurança, a prisão de chefes de organizações criminosas e o controle de substâncias químicas usadas na fabricação de drogas.
No Rio de Janeiro, as autoridades estaduais apostam nessa expertise para fortalecer ainda mais o trabalho realizado pelas polícias Civil e Militar.
Números mostram avanço nas apreensões
Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), o combate ao narcotráfico tem sido uma das prioridades da atual gestão. Em 2024, as forças de segurança realizaram 23.930 registros de apreensão de drogas. Somente no primeiro trimestre de 2025, já foram contabilizadas 6.090 apreensões, o que representa um crescimento de 5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
“O esforço contínuo das nossas forças de segurança tem refletido em resultados. Aumentar a presença policial e a efetividade das ações é essencial para enfraquecer o tráfico e proteger a população”, reforçou o governador.
Cooperação internacional como estratégia
O governo estadual defende que o combate ao crime organizado exige articulação internacional. O uso de rotas internacionais para tráfico de armas e drogas, que passam pelo território fluminense, torna essencial a troca de informações com países parceiros, especialmente com os Estados Unidos, que têm longa experiência no enfrentamento de cartéis e redes transnacionais.
Com a assinatura do memorando com a DEA, o governo do Rio espera intensificar ações estratégicas e formar uma frente mais robusta contra o tráfico de drogas no estado.