Maracatu: Toques para Odudua ocupa praças da Baixada Fluminense

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Uma verdadeira turnê ao som das batidas do Baque Virado está passando pelas praças da Baixada Fluminense sob o comando do coletivo Toques para Odudua. A caravana multicolorida e ritmada arrasta multidões e cria um ambiente para toda a família se divertir – desde a criançada à terceira idade, passando pelo tio, pela mamãe e pela vovó.

“Maracatu é resgate: o maracatu nação faz um trabalho de resgatar os jovens de suas comunidades através da arte. Na cultura popular de tradição, a gente pega tudo de ruim e transforma em música, vira uma brincadeira – por isso a gente chama de ‘brinquedo’, brincar o carnaval” – explica Tatch Pereira, coordenadora do coletivo e moradora de Miguel Couto (um bairro mais afastado do Centro de Nova Iguaçu): “Quando eu aceito essa missão de carregar um brinquedo de cultura popular, eu tenho que ir até quem precisa, nas periferias. E a Baixada Fluminense em comparação ao centro é uma periferia – mas a gente sabe que existem periferias dentro de outras”.

O grupo percussivo Toques para Odudua já passou por Heliópolis e Nova Aurora, em Belford Roxo; Vila de Cava em Nova Iguaçu e amanhã desembarca em Tinguá, também Nova Iguaçu, com concentração às 11h.

Confira a agenda:

02/02 – Pracinha do São Marcelo, Valverde, Nova Iguaçu – Concentra às 14h, toca às 15h.

08/02 – Carnaval oficial do grupo
Praça de Vila de Cava, Nova Iguaçu – concentração às 15h

09/02 – Rua Alcindo Bulhões Paes, 393 – Centro, Queimados

Além das apresentações ao vivo, o coletivo tem ainda um grupo de pesquisa que trabalha com as capilaridades da cultura popular de tradição, especificamente o Maracatu de Baque Virado, que retorna com suas atividades e oficinas no Complexo Cultural Nova Iguaçu no dia 12 de março – inscrições são gratuitas e podem ser feitas na secretaria do Complexo, que fica na Rua Getúlio Vargas, 51 – próximo a estação de trem de Nova Iguaçu.

O trabalho do grupo também transcende a música e levanta questões como o empoderamento de minorias. “Nosso trabalho envolve mostrar para a juventude sem perspectivas e esperanças que a música pode ajudar de alguma forma”, explica Tatch Pereira. O conceito de resgate leva o grupo a debater assuntos como saúde da mulher, anti sexismo, equidade de gênero, violência contra a mulher e outros.

Entre rodas de conversa, oficinas e participação em eventos, o coletivo Toques para Odudua segue espalhando suas batidas pela Baixada Fluminense, apesar da ausência de patrocínios – atualmente o grupo conta com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura (que cede o espaço para as oficinas) e da Nação Estrela Brilhante do Recife (que serviu de base para o grupo e chancela o trabalho). Interessados em apoiar ou convidar o coletivo para apresentações podem entrar em contato direto pelo instagram: @toques_para_odudua.

A meta do grupo é circular por mais cidades, como explica Tatch: “O Maracatu precisa estar na rua porque a gente toca pro povo da rua. Não precisamos de muito mais do que uma sombra e água, mas queremos nos reestruturar, fazer figurinos e consertar os tambores furados”.

Mesmo com uma realidade financeira pouco favorável, o grupo planeja uma agenda ampla em 2020: “vamos receber mestres de outras nações, já estamos planejando o retorno em alguns lugares que visitamos e iremos a novos lugares” – explica Tatch Pereira.

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