Iniciativas da Baixada incentivam população a utilizar máscaras PFF2

“PFF2 Já Baixada”, “Baixada da Máscara” e “Onde tem Máscara” buscam diminuir o negacionismo presente na sociedade

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Iniciativas da Baixada incentivam população a utilizar máscaras PFF2
Distribuição de máscaras PFF2 realizada em Nilópolis alertou população aos perigos enfrentados com a falta de cuidados essenciais. (Foto: divulgação)

Distribuição de máscaras PFF2 realizada em Nilópolis alertou população aos perigos enfrentados com a falta de cuidados essenciais. (Foto: divulgação)

A pandemia presente no Brasil desde 2020 já foi notícia diversas vezes em nosso portal. Durante esse período, acompanhamos descobertas e adaptações conforme novas orientações eram transmitidas pelos especialistas. Uma delas foi o uso das máscaras PFF2 – ou N95, como também é chamada no Brasil – para conter o avanço e a proliferação do vírus. 

Em meio a isso, diversas iniciativas surgiram pelo país com o intuito de incentivar a população e reforçar a necessidade de utilização da máscara apropriada. Na Baixada Fluminense, jovens se reuniram para lutar a favor da democratização destes modelos de proteção, que chegaram a preços exorbitantes após serem anunciados como medida protetiva indicada. 

Para Leonardo de Morais Soares, morador de Nilópolis, um dos idealizadores do projeto “PFF2 Já! Baixada” e do site “Onde tem Máscara”, ver a realidade brasileira, onde a população vivia como se tudo estivesse normal, sem os cuidados necessários, era algo desolador.

“Depois de ter voltado para Nilópolis após uma bolsa de estudos no Reino Unido, onde acompanhei de longe o negacionismo do governo brasileiro e como ele estava se ramificando pras gestões municipais e estaduais, a ideia surgiu entre um pouco de ódio e desespero”, conta o designer.

Ciente de que as principais vítimas desses erros era a população periférica, onde, segundo Leonardo, matar essas pessoas já era uma política governamental antes mesmo da pandemia, ele entendeu que seu protesto era fazer com que as mortes fossem evitadas. Por isso, ele se reuniu com um amigo, comprou 200 máscaras com suas próprias economias e os dois foram para o centro de Nilópolis, onde foi feita a primeira distribuição, em abril.

“Essa primeira experiência já foi bastante bem sucedida. Conseguimos entregar todos os kits em pouco menos de uma hora para pessoas de perfis tão distintos quanto pessoas na fila de um banco, motoristas de ônibus, vendedores ambulantes, mulheres grávidas, entre outros”, afirma.

Houve, também, pessoas que recusaram e que, segundo o voluntário, perguntaram se era uma ação política, o que demonstra uma expectativa da população na realização de ações por parte do governo. “Mais do que distribuir máscaras, a abertura desse canal de diálogo sobre a pandemia é o maior benefício de uma ação como essa, e por isso mesmo o poder público deveria assumir esse papel”, completa Leonardo.

Conexão pelas redes sociais

As redes sociais foram fundamentais no processo de popularização da iniciativa e relacionamento com novos parceiros. Após conhecer o trabalho realizado pelo casal Adson Santos e Luisa Serrano, moradores de Belford Roxo, que abriram a “Máscara da Baixada”, loja com objetivo de atender a população do território, principalmente em espaços onde o Correios não realiza entrega, que surgiu a ideia de criar o site “Onde tem Máscara”, com o objetivo de divulgar iniciativas, lojas e parceiros ao redor do Brasil. 

“Tudo isso aconteceu porque o Twitter nos conectou, então pensamos em criar uma espécie de plataforma em que iniciativas parecidas pudessem se cadastrar e ganhar visibilidade para que outras pessoas as vejam e doem tempo, dinheiro, esforço, troquem experiências, e fortaleçam essa rede”, conta Leonardo. 

Atualmente, o site conta com mais de 30 iniciativas, além de lojas parceiras, que ajudam na divulgação e cedem, inclusive, máscaras para distribuição. Hoje, o “PFF2 Já! Baixada” ganhou um parceiro para atender outra parte da população do Estado do Rio de Janeiro, o “PFF2 Já! São Gonçalo”. 

Como ajudar os projetos

Até o momento, cerca de 4,2 mil máscaras já foram distribuídas entre Nilópolis, São Gonçalo, Duque de Caxias, Seropédica e São João de Meriti. O projeto, que iniciou com três pessoas e já conta com mais de dez colaboradores, visa firmar parceria com atores sociais do território e empreendedores engajados, para poder aumentar o número de distribuições pela Baixada. 

Além disso, doações de máscaras ou de valores para adquirir os kit’s também são aceitos. Para isso, você pode acessar o site (www.ondetemmascara.com.br) para saber como pode ajudar as iniciativas espalhadas pelo Brasil. 

 

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