Mais da metade dos baleados em fevereiro foram em operações policiais

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Mais da metade dos baleados em fevereiro foram em operações policiais
Foto de Velizar Ivanov na Unsplash

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Ao longo de fevereiro houve 228 tiroteios/disparos de arma de fogo na região metropolitana do Rio. O número revela uma ligeira queda de 5% nos registros em comparação com fevereiro de 2023, que concentrou 241 tiroteios, segundo relatório mensal do Instituto Fogo Cruzado.

Entre os 228 tiroteios ocorridos no mês, 31% deles (70) se deram em ações e operações policiais. Em 2023, em fevereiro, dos 241 tiroteios durante o mês, 40% deles (96) ocorreram em ações e operações policiais.

Ao todo, 131 pessoas foram baleadas na região metropolitana do Rio: 70 morreram e 61 ficaram feridas. O número de mortos indica queda de 25% entre os mortos e o de feridos, de 47% em comparação com fevereiro de 2023, que acumulou 209 baleados: 93 mortos e 116 feridos.

Entre as 131 pessoas baleadas em fevereiro deste ano, 53% delas (70 vítimas) foram atingidas durante ações e operações policiais: 28 morreram e 42 ficaram feridas. Em fevereiro de 2023, entre as 209 pessoas baleadas, 61% (127) foram atingidas durante ações e operações policiais: 45 morreram e 82 ficaram feridas.

Entre as vítimas estava Jefferson de Araújo Costa, de 22 anos, morto após ser baleado à queima-roupa pelo cabo da Polícia Militar Carlos Eduardo Gomes dos Reis, no dia 8 de fevereiro, na Avenida Brasil, altura do Complexo da Maré.

Fevereiro teve aumento de 10% nos tiroteios, de 19% no número de mortos e de 36% na quantidade de feridos em comparação com o mês de janeiro, que acumulou 207 tiroteios, 59 mortos e 45 feridos.

Entre os dias mais afetados pela violência armada em fevereiro, o dia 27 acumulou o maior número de tiroteios (9), mortos (11) e feridos (7).

O mapa da violência armada

Municípios

Entre os municípios mais afetados pela violência armada ao longo de fevereiro foram:

  • Rio de Janeiro: 164 tiroteios, 27 mortos e 41 feridos

  • São João de Meriti: 14 tiroteios, 7 mortos e 2 feridos

  • Nova Iguaçu: 7 tiroteios e 9 mortos

  • São Gonçalo: 7 tiroteios, 7 mortos e 6 feridos

  • Duque de Caxias: 6 tiroteios, 3 mortos e 3 feridos

Bairros

Entre os bairros, os mais afetados pela violência armada foram:

  • Gardênia Azul (Rio de Janeiro): 16 tiroteios, 4 mortos e 1 ferido

  • Costa Barros (Rio de Janeiro): 12 tiroteios

  • Itanhangá (Rio de Janeiro): 11 tiroteios e 1 ferido

  • Praça Seca (Rio de Janeiro): 7 tiroteios, 1 morto e 4 feridos

  • Vila Isabel (Rio de Janeiro): 6 tiroteios

  • Éden (São João de Meriti): 6 tiroteios

Regiões

Seis regiões contemplam a região metropolitana do Rio de Janeiro. A distribuição da violência armada entre elas ficou da seguinte forma:

  • Zona Norte (Capital): 82 tiroteios, 14 mortos e 18 feridos

  • Zona Oeste (Capital): 73 tiroteios, 12 mortos e 22 feridos

  • Baixada Fluminense: 45 tiroteios, 24 mortos e 12 feridos

  • Leste Metropolitano: 19 tiroteios, 19 mortos e 8 feridos

  • Centro (Capital): 7 tiroteios, 1 morto e 1 ferido

  • Zona Sul (Capital): 2 tiroteios

O perfil da violência armada

22 pessoas foram baleadas durante roubos/tentativas de roubo: 12 morreram e 10 ficaram feridas. Em fevereiro de 2023, 22 pessoas foram baleadas durante roubos/tentativas de roubo: cinco morreram e 17 ficaram feridas.

Em fevereiro deste ano, três crianças foram baleadas e sobreviveram. No mesmo período de 2023, cinco crianças foram baleadas: uma morreu e quatro ficaram feridas.

Três adolescentes foram mortos a tiros na região metropolitana do Rio. Em fevereiro de 2023 houve 10 adolescentes baleados: três morreram e sete ficaram feridos.

Dois idosos foram baleados em fevereiro: um morreu e um ficou ferido. No mesmo período de 2023, dois idosos foram baleados: um morreu e um ficou ferido.

16 pessoas foram vítimas de bala perdida no Grande Rio em fevereiro: duas morreram e 14 ficaram feridas. Entre as 16 vítimas, nove foram atingidas em ações e operações policiais: todas sobreviveram. Em fevereiro de 2023, 15 pessoas foram vítimas de balas perdidas: cinco morreram e 10 ficaram feridas. Entre as 15 vítimas, nove foram atingidas durante ações e operações: quatro morreram e cinco ficaram feridas.

Seis agentes de segurança foram baleados na região metropolitana do Rio em fevereiro deste ano: três morreram (um fora de serviço/de folga, um era aposentado/exonerado e um não teve o status de serviço revelado) e três ficaram feridos (todos em serviço). Em fevereiro de 2023, 10 agentes de segurança foram baleados na região metropolitana do Rio: sete morreram (um em serviço, quatros fora de serviço/de folga e dois eram aposentados/exonerados do cargo) e três ficaram feridos (um em serviço e dois fora de serviço/de folga).

Houve ainda quatro chacinas que resultaram na morte de 17 civis. Duas destas chacinas ocorreram em ações e operações policiais, deixando sete civis mortos. Em fevereiro de 2023, houve sete chacinas na região metropolitana do Rio que deixaram 23 mortos. Três dessas chacinas ocorreram em ações e operações policiais, deixando 10 mortos no total.

Acumulado do ano

Em 2024, entre janeiro e fevereiro, houve 435 tiroteios/disparos de arma de fogo na região metropolitana do Rio de Janeiro, segundo dados do Instituto Fogo Cruzado. 137 destes registros ocorreram durante ações/operações policiais. Ao todo, 235 pessoas foram baleadas neste período, das quais 129 foram mortas e 106 ficaram feridas. Comparado ao mesmo período de 2023 – que concentrou 536 tiroteios, sendo 212 em ações/operações policiais, e 374 pessoas baleadas, sendo 174 mortas e 200 feridas -, o ano de 2024 apresenta até agora queda de 19% nos tiroteios; o número de tiroteios durante ações/operações policiais teve queda de 35%; o número de mortos teve queda de 26%; e o número de feridos, queda de 47%.

SOBRE O FOGO CRUZADO

O Fogo Cruzado é um Instituto que usa tecnologia para produzir e divulgar dados abertos e colaborativos sobre violência armada, fortalecendo a democracia através da transformação social e da preservação da vida.

Com uma metodologia própria e inovadora, o laboratório de dados da instituição produz mais de 50 indicadores inéditos sobre violência nas regiões metropolitanas do Rio, do Recife, de Salvador e de Belém.

Através de um aplicativo de celular, o Fogo Cruzado recebe e disponibiliza informações sobre tiroteios, checadas em tempo real, que estão no único banco de dados aberto sobre violência armada da América Latina, que pode ser acessado gratuitamente pela API do Instituto ou dos relatórios que produzimos mensalmente.

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